POV da Stevie
Ficar na cama não foi tão ruim assim. Quer dizer, claro, foi entediante para caramba na maior parte do tempo, e eu faria qualquer coisa para conseguir caminhar mais do que da cama até o banheiro sem me sentir como se tivesse 90 anos. Mas teve algo em ter tanto tempo livre que acabou forçando a gente a pensar.
Ou, no meu caso, a pensar demais.
O meu caderno de esboços estava equilibrado precariamente sobre os meus joelhos, um lápis na mão enquanto rabiscava algumas ideias para minha exposição. As páginas estavam uma bagunça, pensamentos meio formados, temas fragmentados e rabiscos de coisas que provavelmente nunca usaria. Mas era bom.
Era como voltar a ser eu.
Fiquei olhando para o esboço mais recente, um contorno grosseiro de uma fotografia que queria recriar. Estava cru e emocional, uma brincadeira com o conceito de transformação. Maternidade. Vulnerabilidade. Todas as coisas bagunçadas e bonitas com as quais eu nunca imaginei que teria que lidar.
Mastiguei a ponta do lá