Alana tirou uma pilha de documentos de sua bolsa. Eram os relatórios de tratamento de Ayla.
Gael pegou os papéis e começou a folheá-los. Após alguns minutos, colocou-os de lado e comentou:
— Quando eu estava nos Estados Unidos, Renata mencionou o caso de Ayla. Pelo que entendi, ela desenvolveu esse trauma psicológico depois de uma experiência de sequestro há alguns anos. Casos assim não são incomuns. O que é raro, porém, é essa confusão de tempo e espaço que ela apresenta ao sofrer estímulos intensos.
Gael continuou sua análise com um tom profissional:
— No estado em que ela se encontrava na época, é provável que não houvesse ninguém em quem ela confiasse ao seu redor. Depois de ter sido exposta a cenas de violência e sangue, o subconsciente dela criou um mecanismo de proteção, bloqueando as memórias. No entanto, quando ela é exposta a novos estímulos, o subconsciente a leva de volta àquele momento traumático. A diferença agora é que você está presente. Pelo que li no relatório, tanto