No escritório, o ambiente pesado parecia sufocar Murilo, que mal conseguia respirar. Mestre Coelho estava sentado à frente da escrivaninha, concentrado em uma pintura, sem sequer lançar um olhar para ele.Depois de um longo silêncio, Mestre Coelho finalmente terminou o desenho. Ele colocou o pincel de lado e perguntou:— No que você tem andado tão ocupado ultimamente?— Apenas algumas trivialidades. — Respondeu Murilo.— Trivialidades? Pelo que vejo, você está muito envolvido com romances. Eu não sou contra você namorar, mas você sabe sobre aquela mulher. — Disse Mestre Coelho, com uma expressão preocupada.Murilo soltou um sorriso autodepreciativo e respondeu:— Vovô, eu conheço a história dela melhor do que ninguém. Não preciso ouvir isso dos outros. Mestre Coelho riu levemente.— E como você sabe disso, garoto?Murilo deu de ombros.— Se alguém não tivesse reclamado, você não teria me chamado aqui de repente.— Hm, de fato. Recebi algumas mensagens estranhas sobre isso.Murilo man
Diego respirou fundo antes de responder:— Sim, a filha dela foi levada.— E o que faremos agora? — Perguntou o advogado.— Você pode ir embora por enquanto. — Disse Diego.Diego estava com a cabeça cheia. Ele sabia que, assim que voltasse para casa, Luana não pararia de questioná-lo. E, mesmo se não voltasse, ela continuaria ligando sem parar. Para piorar, ele havia descoberto que a família Coelho estava agindo nos bastidores, já começando a atacar as ações da família Arruda.Tudo parecia estar caminhando para um desfecho inevitável. Diego desligou o telefone e permaneceu em silêncio, pensativo.No consultório de psicologia da Universidade Turman, o Professor Igor trouxe flores para Alana, e o Diretor Tim enviou um cartão de felicitações. A publicação da tese de Alana na revista de psicologia havia se tornado um marco para a história da universidade.Carregando o buquê, Alana saiu pelos portões da universidade acompanhada por Luiza e Roberto.— Alana, vamos para o resort! — Disse Luiz
Alana se apoiou no corpo de Murilo, balançando o dedo enquanto apontava para o rosto dele.— Hã? Você é o Mestre Murilo! Por que você tem dois narizes?Ela tentou focar nos traços do rosto dele, mas sua visão estava turva e descontrolada. Sentindo-se cada vez mais tonta, ela simplesmente desabou nos braços de Murilo.Antes de adormecer, Alana murmurou:— Murilo gosta de mim.— O que você disse? — Perguntou Murilo, com uma voz suave e cheia de ternura, enquanto a segurava com cuidado.Mas, por mais que ele insistisse, Alana apenas ria e não respondia.Murilo também havia bebido bastante, mas não tanto quanto ela. Sua mente ainda estava relativamente clara. Ele pediu para que alguns funcionários levassem os outros três para seus quartos e decidiu acompanhar Alana até o dela. Já era mais de uma da manhã e o frio começava a apertar.Murilo ajudou Alana a entrar no quarto e a cobriu com o edredom. Ele estava prestes a sair quando sentiu sua mão ser segurada com força.— Não vá... não vá...
Os olhos de Murilo estavam repletos de ternura enquanto o aroma sutil do quarto parecia carregar o perfume de Alana.Ele se deitou novamente na cama, sentindo o edredom impregnado com o cheiro dela.No banheiro, o coração de Alana batia descontrolado. Ela se olhou no espelho, completamente perdida e embaraçada, com as bochechas coradas. Tentou se lembrar dos detalhes da noite passada, mas sua mente estava em branco.Ela abriu a torneira e lavou o rosto com água fria, tentando recuperar a compostura.Ao vestir-se, percebeu marcas vermelhas em seu pescoço.“E agora, o que eu vou dizer para Luiza e Ayla?” Pensou Alana. “E o Roberto? Ele com certeza vai me zoar!”Seus cabelos molhados e desgrenhados refletiam o estado caótico de sua mente. Tudo o que Alana queria era fugir dali o mais rápido possível, mas não conseguiu escapar do olhar atento de Murilo.Alana não conseguia manter a calma. Seu rosto estava tão quente que parecia capaz de cozinhar um ovo. Ela não conseguia acreditar que havi
Antes de Isadora receber sua sentença, o advogado dela apresentou um laudo psiquiátrico. O diagnóstico apontava transtorno de delírio persecutório grave e transtorno bipolar. Com isso, em vez de ser condenada à prisão, ela foi enviada diretamente para um hospital psiquiátrico para cuidados e tratamento.Após o resultado, Alana encontrou-se com Vanessa, que sorriu de forma amarga.— Eu já sabia que não seria tão fácil assim. — Disse Vanessa, com um tom de desânimo.Alana balançou a cabeça e respondeu:— Fizemos tudo o que podíamos. Mesmo que ela tenha sido enviada para um hospital psiquiátrico, ela será obrigada a viver como uma paciente e a receber tratamento. Isso talvez seja ainda mais doloroso para ela.Vanessa, com os olhos cheios de preocupação, perguntou:— Srta. Alana, você conseguiu enviar minha filha para a casa da avó dela?Alana assentiu:— Sim, ela já está lá. Se você se comportar bem, pode tentar pedir liberdade condicional. Enquanto isso, eu ficarei de olho na sua filha e
— Hoje, vim principalmente para discutir a doação de novos equipamentos médicos ao hospital central. — Murilo olhou para Diego. — Sr. Diego, o senhor também está aqui. Veio buscar a Srta. Isadora ou apenas visitá-la?Diego abaixou o olhar.— Estou aqui para ver minha irmã.— E já terminou a visita? — Murilo perguntou com indiferença.Diego cerrou os dentes:— Terminei. O senhor chegou na hora certa, Sr. Murilo.— Se já terminou, pode ir embora. — Murilo lançou um olhar ao diretor do hospital psiquiátrico.O diretor imediatamente se pronunciou.— Sr. Diego, cuidaremos bem de sua irmã. Não precisa se preocupar.Diego observou as pessoas que Murilo havia trazido consigo e imediatamente percebeu que entre elas havia especialistas em leis. Se algo fosse investigado, seria ainda mais difícil tirar Isadora dali.Ele fez um leve aceno para Isadora, mas percebeu que sua irmã estava com os olhos fixos em Murilo.Assim que viu Murilo, o rosto de Isadora ficou vermelho. A aparência impecável e a p
Assim que Isadora passou pelo corredor, ouviu alguém gritar para ela:— Você é um cavalo novo? Eu sou o cavalo branco, de que raça você é? Podemos cruzar? Você sabia que tem alguém nas suas costas? Ela está deitada em cima de você!Só de ouvir isso, Isadora já ficou com o corpo coberto de suor frio. Mesmo após entrar no quarto, não conseguiu encontrar paz. Os gritos incessantes dos outros pacientes a deixaram à beira de um colapso.Isadora repetiu inúmeras vezes para os médicos e enfermeiros que não era louca, mas isso não adiantou. O laudo psiquiátrico havia diagnosticado que ela sofria de transtorno bipolar e mania de perseguição. Para os enfermeiros, ela era apenas mais uma paciente a ser tratada conforme o protocolo.Naquela mesma noite, Isadora, em um acesso de fúria, feriu uma enfermeira. Como consequência, foi obrigada a vestir o uniforme de paciente e teve as mãos amarradas. Ela estava em um estado de desespero absoluto.Nunca antes em sua vida havia experimentado algo assim, e
Alana sabia exatamente o quão grave era a situação de Isadora. Diego havia enviado pessoas para cuidar da irmã, enquanto Murilo garantiu que Isadora fosse tratada como uma paciente comum no hospital psiquiátrico.Enquanto Alana trabalhava em seu escritório, um entregador chegou com um pacote. Ela ficou intrigada quando ouviu o entregador chamá-la pelo nome. Sem entender, ela pegou o pacote. Quando o abriu, encontrou uma foto. Era uma imagem tirada na noite anterior, enquanto ela dormia. Na foto, ela estava deitada na cama, dormindo profundamente, com uma das mãos mexendo nos próprios cabelos. Seu rosto corou imediatamente. Alana colocou a foto rapidamente na gaveta. Logo depois, seu celular apitou com uma nova mensagem. Era de Murilo:[Recebeu?]Ela respondeu:[Sim. Por que enviou por entrega? Poderíamos nos ver depois do trabalho.][Não consegui esperar.]Alana sentiu o coração aquecer. Eles pareciam adolescentes apaixonados, agindo de maneira infantil, mas sentindo-se tão felizes.