— Você realmente não sabe do que eu estou falando? Então, vou reformular a pergunta de forma mais simples: a sua tese foi escrita por você mesma? — Alana perguntou, encarando Vanessa fixamente, sem desviar o olhar, analisando cada reação dela. Vanessa, no entanto, evitava olhar para Alana. Ela se virou, fingindo estar ocupada ao preparar um café. — Claro que fui eu quem escreveu. Trabalhei nela por mais de um mês. — Respondeu Vanessa, em um tom casual, mas com certa arrogância. Alana continuou, sem dar margem para desculpas: — Essa tese, eu mesma escrevi em quinze dias. Agora, ela aparece publicada com o seu nome. Há poucos dias, eu a enviei para a revista de psicologia, mas o processo de revisão ainda não foi concluído. De repente, vejo no painel da universidade que sua tese é idêntica à minha, até mesmo o título. Mais interessante ainda é que as referências, notas e até os dados discutidos com Renata são exatamente os mesmos. Você não acha que eu tenho o direito de pedir uma
O Diretor Tim olhou para Alana com uma expressão de descontentamento.— Você tem algo a dizer?Alana caminhou em direção a Vanessa, encarando todos os presentes, e declarou com firmeza:— Claro que tenho! Tenho algumas perguntas para fazer à Vanessa.— Pode perguntar! — Respondeu Vanessa, com o tom carregado de hostilidade.— De onde você tirou a ideia para o seu tema de pesquisa? — Perguntou Alana, sem hesitação. Vanessa respondeu prontamente, quase como se tivesse ensaiado:— Claro que foi depois de ler muitos artigos internacionais e assistir a diversas conferências. Só assim consegui definir a direção da pesquisa. — Errado. — Alana sorriu com tranquilidade. — Errado? Quem é você para dizer isso? Eu posso até mostrar os relatórios das conferências que eu assisti! — Vanessa exclamou, tentando manter a compostura. Alana ignorou a agitação de Vanessa e conectou seu computador à tela grande da sala. Ela abriu os registros de e-mails trocados com Renata, com a data da discussão i
— Não é quem publica primeiro que está certo, Vanessa. Todos os dados, documentos e evidências estão comigo. Tenho até os e-mails trocados com cada especialista que participou das pontuações. Se você continuar negando, eu vou levar isso ao tribunal. E, quando isso acontecer, não serão apenas os líderes da universidade que saberão. Eu vou exigir sua responsabilização legal e tornar tudo público. — Declarou Alana com firmeza.O Diretor Tim e os demais líderes finalmente entenderam o que estava acontecendo. Eles não eram tolos, todos já haviam escrito ou avaliado teses antes.O Diretor Tim lançou um olhar frio para Vanessa:— Vanessa, você roubou a tese de outra pessoa. A universidade vai entrar em contato com o periódico para esclarecer os fatos.— Diretor! A tese já foi publicada! Como você pode fazer isso? Isso vai prejudicar a reputação da Universidade Turman! — Protestou Vanessa, desesperada. O Professor Igor interveio primeiro, com um tom severo: — Vanessa! Você realmente acha q
Murilo abriu a mensagem mais recente em seu celular. Era um áudio. Ele clicou para ouvir e reconheceu imediatamente as vozes de duas pessoas: uma era a de Alana; a outra, de uma mulher desconhecida.Ayla também ficou surpresa. Não eram apenas as vozes de Alana e da mulher. O áudio também incluía a voz do Diretor Tim. — Ah! Quero ver o que essas pessoas que difamaram Alana vão dizer agora! Foi aquela professora que roubou a tese de Alana! — Comentou Ayla.Além disso, Ayla conseguiu reconhecer a voz do Professor Igor no áudio. Era óbvio que o áudio fora gravado durante uma reunião. Animada, Ayla começou a escrever vários comentários felizes abaixo da gravação. — Irmão, Alana está bem agora! — Disse Ayla, sorrindo. Murilo, no entanto, não parecia tão empolgado. Seu rosto mostrava uma expressão sombria. — Vou te levar para casa primeiro. — Disse ele. — Não vai esperar a Alana? — Vou deixá-la em casa e depois volto para cá. Ayla arregalou os olhos, surpresa:— Irmão, então me
— Assine.A voz fria e grave soou acima de sua cabeça, enquanto uma folha de papel era colocada diante dela. Era um contrato de divórcio. Alana Alves ficou levemente atônita, levantando os olhos para encarar Diego Arruda. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.Então era isso... Não era à toa que, mais cedo, ele havia feito algo completamente inusitado: ligou para ela pela manhã, dizendo que voltaria para casa à noite porque precisava conversar.Ela passou o dia inteiro ansiosa, cheia de expectativas. Pensou que, talvez, depois de três anos de casamento, ele finalmente estivesse disposto a abrir seu coração para ela. Mas, no fim, o que ele tinha a dizer era isso. O ponto final em um casamento que, para ela, já durava uma eternidade, mas, para ele, nunca havia começado de verdade.Alana pegou os papéis sem dizer nada. Seus dedos apertaram levemente as folhas, enquanto ela permanecia em silêncio. Depois de um momento, sua voz saiu rouca:— Tem mesmo que ser assim?Diego franziu as sobra
Alana ouviu a conversa do lado de fora do escritório e abaixou os olhos. Durante todos esses anos como parte da família Arruda, ela sempre se esforçou ao máximo para cuidar de Luana, sua sogra, e de Isadora, a irmã caçula de Diego.Quando Isadora sofreu aquele acidente de carro e precisou passar por uma cirurgia delicada, foi Alana quem ficou noites inteiras no hospital, cuidando dela. Para Luana, ela sempre teve paciência e respeito, tratando-a com o máximo de atenção. Mas, no fim das contas, tudo isso não fez a menor diferença. Não importava o quanto se dedicasse, o desprezo dos Arruda por ela nunca mudou.Pouco depois, o celular tocou. Era Luiza Duarte, a voz dela soava um pouco cansada:— Alana, você realmente não vai? Eu me lembro que você adorava caçar ao ar livre. Sem falar que é sempre uma boa desculpa para dirigir como louca.Alana ficou um instante em silêncio, surpresa. Algumas lembranças vieram à tona, como se alguém tivesse puxado uma corda esquecida em sua mente.Antes de
Sob o olhar atônito de Isadora, Alana segurou a mala com firmeza e saiu sem olhar para trás.Assim que deixou os Arruda, avistou Luiza abaixando o vidro do carro. Ela inclinou a cabeça para fora e, com um sorriso radiante, mandou-lhe um beijo no ar:— Amor, entra logo no carro! Hoje você vai comemorar comigo.Embora tivesse falado em comemoração, Luiza sabia bem que o coração de Alana ainda estava pesado por causa do divórcio. Por isso, resolveu levá-la a um restaurante com temática musical, onde pudessem conversar e descontrair. Ao descobrir o motivo da separação, Luiza não conseguiu conter a indignação:— Foi por causa da Telma de novo? Mas que coisa absurda! O que o Diego viu nela, afinal?Alana mexia lentamente o café com a colher, a voz saindo preguiçosa:— Não sei…Alana nunca chegou a conhecer Telma, a mulher que parecia ser a eterna "primeira-amor" no coração de Diego. Quando Telma foi para o exterior, Alana ainda não fazia parte da vida dele. Tudo o que sabia vinha de rumores:
Alana parou os passos. Sua expressão permanecia tranquila, mas ela não estendeu a mão para retribuir o cumprimento. O rosto de Telma ficou levemente rígido.Ao lado, Diego abriu a boca para quebrar o silêncio, com a voz baixa e grave:— O vovô ficou sabendo da gente. Ele pediu para você ir jantar hoje à noite. Seu celular estava desligado, então vim te buscar.— Entendi. — Alana olhou para o celular e confirmou que estava desligado. Assentiu com a cabeça. — Vou carregar a bateria. Daqui a pouco eu vou.O subtexto era claro: ela não planejava ir junto com eles.Diego franziu as sobrancelhas:— Que tal eu esperar você aqui em baixo?Alana interrompeu-o com um sorriso leve:— Não precisa. Eu vou sozinha.Diante do silêncio dele, Alana desviou o olhar para Telma e lançou calmamente:— E amanhã, às nove da manhã, se você estiver livre, podemos ir buscar o certificado de divórcio.Por algum motivo, Diego sentiu uma inquietação crescer em seu peito:— Está com tanta pressa assim?Alana assen