Assim que terminou de falar, Alana voltou para o próprio apartamento no andar de baixo. Ela sabia, racionalmente, que não podia se deixar envolver pelo carinho de Murilo e precisava reconhecer o seu lugar. Talvez estivesse na hora de se posicionar de verdade.
À noite, Telma voltou para casa completamente abatida. Diego tinha acabado de sair do banho e perguntou:
— Por que demorou tanto para voltar?
Telma forçou um sorriso:
— Minha mãe conversou bastante comigo.
— Entendi. Vou para o escritório terminar umas coisas. — Diego passou por ela, sem parar.
Telma ficou olhando para as costas dele, os olhos cheios de frustração. Meia hora depois, ela trocou de roupa: vestiu uma camisola de cetim rendada, decote baixo e justa ao corpo, realçando suas curvas. Com os cabelos ainda meio úmidos caindo sobre os ombros, ela borrifou perfume, passou batom e entrou com uma taça de vinho no escritório.
Ela se aproximou de Diego e pousou a taça diante dele:
— Diego, faz tempo que não conversamos direito.