O evento

A noite seguiu com risadas e conversas leves. Patrick e Christoffer compartilharam histórias dos bastidores da Fórmula 1, me fazendo sentir cada vez mais confortável no ambiente. Eu nunca tinha imaginado estar cercada por pilotos de elite, mas para minha surpresa, gostei da companhia.

Em algum momento, Oliver se afastou para conversar com um dos engenheiros e eu fiquei com os dois rapazes, que pareciam determinados a me testar.

— Então, Amelia, já dirigiu um carro esportivo? — Christian perguntou.

— Eu? Nem pensar. Última vez que dirigi ainda estava no Brasil e nunca a 300km/h, por sinal.

Patrick fingiu um olhar de horror.

— Isso é um insulto para todos aqui.

— Vocês são malucos, eu sou normal.

Chris deu uma risadinha cumplice.

— Eu apostaria que Oliver vai te colocar ao volante de um em breve.

— Eu também acho. — Patrick concordou.

Olhei para o outro lado do salão, onde Oliver conversava tranquilamente com um grupo de engenheiros e patrocinadores.

— Hmmm… duvido. – Arqueei uma sobrancelha

Patrick lançou um olhar cheio de malícia para seu amigo, antes de se aproximar um pouco mais de mim.

— Quer apostar?

Estreitei os olhos.

— Vocês são piores do que imaginei.

Oliver lançou um olhar desconfiado para os amigos quando voltou a se aproximar.

— O que vocês dois estão tramando?

— Nada, nada… Só conhecendo sua amiga.

— Hmmm… conhecendo demais, talvez. –

Oliver parecia enciumado?

— Relaxa — Sorri. — Eles são divertidos.

Ele me olhou por um momento, depois lançou um olhar suspeito para Patrick e Christoffer.

— Se eu descobrir que vocês colocaram alguma ideia maluca na cabeça dela…

— Eu? Nunca! - Patrick ergueu as mãos

Chris só sorriu, dando um gole no champanhe.

— Bom… acho que nossa missão foi cumprida por hoje. Vamos nos encontrar mais vezes, Amelia.

— Mal posso esperar. — Pisquei, já me sentindo parte do grupo.

Os dois se afastaram e Oliver levou a mão a base de minha coluna nos conduzindo para fora.

- Consegui sobreviver aos leões – brinquei enquanto esperávamos o manobrista trazer o carro.

- Você os domou, Amelia - ele estava sorrindo – Mas Diga-me ainda tem energia ou gostaria de voltar pra casa?

- Bateria em 80% - encarei ele desconfiada – O que tem em mente?

- Depois desses eventos formais temos costume de fazer a nossa própria festa..

O carro chegou e assim que estávamos os dois confortáveis ele continuou.

- Recebi uma mensagem a alguns minutos estão se reunindo numa balada perto daqui.

- Ta bom, me convenceu – sorri animada – Maaass... preciso fazer uma coisa antes.

A cara de confusão de Oliver ao me ver puxando a mochila que tinha voltado pegar antes de sairmos foi me fez dar uma boa risada.

- O que? Pra você é fácil está usando um sapato confortável.

Puxei um par de adidas branco que havia ganhado de aniversário de Simon, arranquei as sandálias de salto e os calcei.

Oliver começou a rir enquanto eu lutava contra dos cadarços no escuro.

- Quando acho que não posso me surpreender mais.

- Sou uma caixinha de surpresas, querido – falei, dando uma piscadinha pra ele – E agora estou pronta para qualquer situação que formos parar essa noite.

O espanhol ao meu lado só balançou a cabeça, ele sabia que eu estava certa.

Uns 30 minutos mais tarde, estacionamos na frente da casa de shows, assim que descemos do carro algumas mulheres um pouco mais novas que eu, vieram até nós pedindo fotos com Oliver. Uma delas, uma ruiva me entregou o celular.

- Tire várias por favor! – ela estava com toda certeza bêbada.

Fiz o que elas pediram, elas se despediram e foram embora com gritinhos animados, comentando como Oliver estava lindo.

Ele havia tirado o terno e dobrado a manga da camisa, seu cabelo já está bagunçado pelas dezenas de vezes que ele havia passado as mãos e assim como tinha feito mais cedo, sua mão desceu a base da minha coluna enquanto nos conduzia para dentro, o lugar estava abarrotado de pessoas, música alta, uns telões enormes com imagens piscantes e o cheiro de perfume, suor e bebida estava no ar, ele passou a minha frente segurando minha mão e nos levando até onde os outros estavam.

- Oliveeer! Você veiooo – Um rapaz que parecia quase jovem demais para estar ali, o gritou alegre.

- E trouxe companhiaaa – Patrick disse chegando até nós com dois copos na mão – Um pra você e outro pro nosso galã aqui.

Olhei para o copo a bebida tinha um tom rosado e um perfume doce, bebi sentindo o calor do licor esquentando minha garganta junto com o frescor do que imaginei ser água com gás.

- Caralho!. – Soltei em português, confesso que foi bonitinho ver a feição de Patrick de do outro rapaz tentando me entender. - Isso tá muito bom.

Eles voltaram a sorrir vitoriosos, fizemos um brinde animados comemorando seja lá o que fosse, Christoffer não demorou a chegar também ele estava acompanhado de sua namorada, nós ficamos uma boa parte do tempo conversando e rindo deles dançando desajeitados.

- Eles são sempre assim? – perguntei pra ela, nesse momento o rapaz que eu ainda não sabia o nome estava virando uma garrafa de tequila.

- Na maioria das vezes, quem os vê sérios nas corridas, esquecem que no final das contas são todos jovens vivendo um sonho.

- Entendo o sentimento, as vezes nossos sonhos se tornam sufocantes.

- E essas comemorações são aonde eles tomam fôlego. – Ela sorriu bebendo seu drink – Você fez bem pro Oliver.

O assunto me pegou se surpresa.

- Nós não estamos juntos – a resposta saiu mais afobada que eu esperava.

- Eu sei, Christian me contou, mas a sua amizade trouxe leveza pra ele, se tem algo que todos concordam aqui é que Oliver costuma ter azar quando envolve relacionamentos e ver ele feliz, mesmo que sejam só amigos, deixa quem se preocupa com ele tranquilo.

Sorri, bebendo de meu copo para minha sorte as luzes aqui não permitiam que ela pudesse ver meu rosto enrubescido.

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