Blue Dress

A tarde estava particularmente calma, estava conferindo o estoque, celular vibrou no bolso do dólmã.

Oliver: Se você sobreviver ao dia, esteja pronta às 19h. Confia em mim.

Franzi o cenho, limpando as mãos no avental antes de digitar a resposta.

Amélia: Suas mensagens sempre tem tom de sequestro... Para onde vamos?

A resposta veio quase instantaneamente.

Oliver: Se eu dissesse, estragaria a surpresa. Mas prometo que vale a pena.

Suspirei, revirando os olhos. a ideia de sair um pouco da rotina exaustiva era tentadora.

Amélia: Ok, estarei pronta.

Oliver: Bom, se fosse um sequestro, você aceitou rápido demais, como sempre .

Não consegui evitar um sorriso.

O tempo voou até as 19h, corri para casa, tomei um banho rápido, parei na frente da minha arara de roupas com as mãos no quadril, usando somente calcinha e sutiã. Percebi que não fazia ideia do que vestir.

O que Oliver estaria aprontando?

Me voltei para vestido azul de tecido leve, com um corte simples, mas elegante, devo admitir que ele tem bom gosto, coloquei a única sandália de salto que combinava com look. Soltei meu cabelo, estava cansada de usá-lo preso todos os dias, soltos eles quase batiam na minha cintura. Coloquei brincos e uma gargantilha prata, passei um batom vermelho, contrastando com o tom do restante. Olhando para o espelho meu único pensamento era “caralho, to uma puta gostosa”

Escutei o ronco de motor que não reconheci e ao descer, Oliver já a esperava do lado de fora, encostado no carro, uma Ferrari, vestindo um terno preto perfeitamente alinhado, Ele me olhou de cima a baixo e sorriu de canto.

Okay, ele estava um puto gostoso.

— Você está linda.

Senti um calor subir pelo rosto, mas disfarcei com um sorriso divertido.

— Você está formal demais, isso me assusta.

— Você vai gostar. — Ele abriu a porta do carro pra mim. — Vamos?

— Será que dá tempo de desistir? – dei um sorriso inocente

— Acho que é tarde demais. – Ele franziu a testa.

Bufei fingindo estar brava

Enquanto ele dirigia, tentei adivinhar o destino, mas Oliver se recusava a dar qualquer pista, depois de cerca de uma hora na estrada, entramos por um caminho cercado por árvores altas, ao longe, vi um enorme casarão iluminado, com carros de luxo estacionados na entrada.

Meu estômago revirou.

— O que exatamente é isso? – minha voz saiu trêmula

Ele sorriu de lado, segurando minha mão que batia impacientemente em minha coxa.

— Um evento da Ferrari – ele disse como se tivesse indo a feira

Pisquei algumas vezes, eu matar Oliver e fazer lasanha.

— Como é que é?! – eu estava incrédula

— Uma pequena celebração para patrocinadores, membros da equipe e algumas pessoas da mídia, queria te trazer para ver um pouco mais do meu mundo.

- Miminnhenhe – remedei ele

Olhei ao redor, vendo homens e mulheres elegantemente vestidos, alguns em conversas animadas, outros segurando taças de champanhe.

— Oliver… eu sou dona de um restaurante num vilarejo, o que estou fazendo em um evento desse nível?

Ele parou o carro e virou-se para mim , segurando seu olhar.

— Você é mais do que isso, Amelia e acho que vai gostar, confia em mim?

Respirei fundo. O que poderia dar errado?

— Tá bom… Mas se eu derrubar champanhe em alguém importante, a culpa é sua.

Ele riu, saindo do carro e dando a volta para abrir a porta para mim.

Quando entramos no salão, senti o peso dos olhares curiosos. Claramente, algumas pessoas me reconheciam como não pertencente àquele ambiente, meu amigo permaneceu tranquilo, guiando-me com naturalidade.

— Relaxa — ele murmurou próximo ao meu ouvido. — Você não precisa impressionar ninguém, só aproveita. – Meu corpo todo arrepiou e ele não precisava saber disso.

Tentei me soltar e para minha surpresa, comecei a me divertir, os garçons passavam com bandejas impecáveis e Oliver me apresentou a alguns membros da equipe, incluindo engenheiros e patrocinadores.

Até que, no meio da conversa com um senhor de cabelos grisalhos e sotaque forte, alguém interrompeu.

— Oliver! Finalmente apareceu! — A voz feminina era animada e confiante.

Me virei encontrando uma mulher loira, alta e extremamente sofisticada se aproximando com um sorriso brilhante.

— Alba! — ele sorriu, cumprimentando-a com um beijo no rosto. — Como está?

— Maravilhosa, como sempre. — Ela me encarou com um olhar avaliador. — E quem é sua amiga?

Antes que Oliver respondesse, estendi a mão.

— Amélia. – Sorri, educada.

Alba apertou minha mão levemente, ainda me analisando.

— Você é… jornalista? – eu não contive a risada.

— Definitivamente não, sou Chef, tenho um restaurante em Gênova.

Alba arqueou uma sobrancelha.

— Interessante e como o conheceu?

Antes pudesse responder, Oliver interveio.

— É uma longa história, mas basicamente, ela me salvou de uma noite bem ruim.

Alba riu, mas senti que havia algo por trás daquele riso.

— Bem, ele realmente precisa de alguém que cuide dele, mas me diga, Amelia… Você acompanha Fórmula 1?

Oxi, essa mulher estava ficando doida?

— Comecei recentemente.

Ela sorriu, convencida

— Que interessante, você é uma exceção. Normalmente, as mulheres ao lado de pilotos conhecem tudo sobre o esporte.

Um comentário que parecia inocente, de repente me deu vontade de dar uns belos t***s naquele rosto perfeito

Oliver pigarreou, percebendo o tom sutilmente hostil da conversa

— Amélia não está ao meu lado como essas mulheres que você mencionou, Alba.

Um sorriso polido surgiu, naquela cara sínica dela.

— Claro, claro. Foi um prazer te conhecer, Amelia. Oliver, espero te ver mais tarde.

Ela se afastou, deixando um silêncio entre nós.

Olhei para meu acompanhante tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

— Quem é ela? – dei um sorriso incrédulo.

— Uma antiga… conhecida.

— Uh, entendi. Ex-namorada. – Segurei uma risada.

Oliver suspirou, passando a mão no cabelo.

— Não exatamente, mas algo parecido. – Tão sínico como ela

— Fico feliz em saber que sou a exceção que você trouxe para esse evento.

Eu também podia ser sínica.

Ele riu.

— Você é uma exceção Hermosa, por motivos completamente diferentes.

Revirei os olhos, pegando uma taça de champanhe de um garçom que passava

— Se eu sou uma exceção, então você pode me apresentar o chefe da cozinha desse evento. Aposto que consigo tirar algumas ideias para o restaurante.

Oliver sorriu, pegando sua própria taça.

— Essa é a Amelia que eu conheço.

Nós brindamos, enquanto eu bebia, percebi que apesar dos olhares e da tensão no ar, estava gostando da noite.

Estava terminando outra taça, quando uma voz animada ecoou pelo salão.

— ¡Hombre! Achei que nunca fosse aparecer!

Me virei a tempo de ver Christoffer se aproximando com um largo sorriso, seguido por outro rapaz de cabelo claro e traços afiados que não reconheci

— Chris, bom te ver. — Oliver apertou a mão dele.

— E essa é a famosa Amelia? — O rapaz tinha um brilho divertido em seus olhos cinzentos.

— Famosa? — Cruzei os braços o assunto tinha acabado de ficar mais interessante

— Oliver fala de você mais do que fala sobre as corridas. – Chris continuou

— Exagero. - Oliver revirou os olhos

— Nem um pouco. — O outro piloto finalmente se pronunciou, sorrindo. — Patrick, prazer.

— Ah, então você é o outro piloto da equipe? – Apertei sua mão

— Isso mesmo, sou o piloto reserva — Patrick lançou um olhar zombeteiro para Oliver. — Finalmente conhecendo a tal chef misteriosa.

— E vocês sabiam sobre mim antes mesmo de me conhecer? – eu estava sorrindo

— Oliver não cala a boca sobre sua comida. — Chris explicou, pegando uma taça de champanhe de um garçom. — Sério, se a Ferrari soubesse, iam te contratar só para cozinhar para ele.

Lancei um olhar para Oliver, que parecia desconfortável com toda a atenção eu estava me divertindo

— Interessante, isso quer dizer que sou tão importante assim?

— Definitivamente. — Patrick respondeu antes de Oliver poder protestar

Eu voltei a rir, mas percebi Oliver me observando de canto de olho, como se estivesse esperando minha reação.

— Relaxa, Oliver, isso só significa que vou começar a cobrar um preço especial para pilotos no restaurante. – O empurrei de levinho com o ombro

Patrick e Christoffer riram, enquanto Oliver balançava a cabeça, derrotado.

— Você está cercada de pessoas que amam velocidade e risco, Amelia, tome cuidado ou vai acabar gostando desse mundo.

Arquei uma sobrancelha, pegando outra taça.

— Vamos ver… Mas por enquanto, lidar com vocês já está sendo o bastante.

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