Eu fiquei imóvel, parada bem na beira da luz. Minhas próprias palavras pareciam ricochetear de volta para mim, quase como se zombassem.
— Mas que diabos está acontecendo aqui. — Eu não consegui impedir que saíssem da minha boca outra vez. Mas eu era invisível para quem estava à minha frente, então não importava.
Outro chamado ecoou, mas, por estar tão perto dessa vez, eu entendi. Era um uivo comum. O chamado de um lobo transformado, que as paredes faziam reverberar, sobrepondo ecos até soar como uma criatura enlouquecida.
Mas eram apenas lobos. Muitos lobos, dentro daquele círculo de luz. E, de repente, tudo o que eu sabia — ou achava que sabia — sobre as cavernas da morte parecia não passar das histórias de terror que eu ouvia quando criança.
Não havia mortos ali, nem espectros de injustiçados vagando por aquelas paredes. Apenas uma alcateia profanando a terra dos mortos.
Túmulos tinham sido arrombados, saqueados de tudo o que tinha valor, e os ossos dos falecidos estavam espalhados p