Hunter Blood Moon
Os médicos disseram que Layla estava pronta para sair do coma.
Por respeito — ou talvez por culpa — decidi estar lá quando ela acordasse.
O quarto era silencioso, exceto pelo bip compassado do monitor cardíaco.
O cheiro de antisséptico se misturava ao ferro do sangue.
Layla parecia frágil demais para o mundo: pele pálida, lábios secos, o corpo quase se perdendo sob o lençol hospitalar.
Quando os médicos retiraram os tubos e fios, o tempo pareceu suspenso.
Então, suas pálpebras tremeram. Um movimento pequeno, mas suficiente para prender minha respiração.
Ela abriu os olhos devagar, ofuscada pela luz. O peito se ergueu em um suspiro pesado, e por um segundo pensei que veria alívio. Ou reconhecimento.
Mas o que encontrei foi medo.
— Layla… — murmurei, dando um passo à frente. — Você está segura. Está tudo bem agora.
O olhar dela correu pelo quarto, confuso. A voz, rouca e fraca, mal atravessou o ar:
— O que… aconteceu?
Engoli em seco, escolhendo as palavras com cuidado.