Hunter Blood Moon
Depois da nossa pequena discussão em frente ao bar, Hailey entrou no carro sem olhar para mim.
Colocou os fones de ouvido, jogou a mochila no banco de trás e virou o rosto para a janela, como se o mundo lá fora fosse mais interessante do que qualquer coisa que eu pudesse dizer.
Ficou assim por uma hora inteira — imóvel, silenciosa, me ignorando como se eu não existisse.
Eu tentei respirar fundo.
Mas a raiva queimava sob minha pele, latejando como fogo preso sob gelo.
Minha Luna havia fugido.
Sozinha.
E ido parar em uma vila infestada de renegados — lobos sem matilha, sem lei, sem honra.
Ela podia ter sido caçada, ferida, marcada por outro.
O simples pensamento me fez cerrar o volante com tanta força que ouvi o estalar do couro.
Ela não fazia ideia do que tinha provocado.
Os fones deviam ter descarregado, porque ela os tirou dos ouvidos e guardou na caixa, ainda em silêncio, o olhar perdido na janela, o reflexo do luar desenhando contornos frios no rosto dela.
— Pode