Hailey Silverstar
O rosnado reverberou pelo galpão quase no mesmo instante em que senti Amala se despedaçar dentro de mim. Foi como se algo se rasgasse por dentro — não carne, não osso, mas uma barreira tênue entre o que eu era e o que sempre temi ser. O som tomou conta do espaço, ricocheteando pelas paredes de metal enferrujado, ecoando nas vigas altas, animal demais para ser confundido com humano.
Os homens se entreolharam, inquietos. Podia sentir o cheiro do medo suando em suas peles, impregnado na poeira velha do concreto. Mas já não importava. A escuridão subiu pelas minhas entranhas como fumaça espessa, queimando tudo em seu caminho, e eu não lutei contra ela. Apenas deixei que assumisse.
Quando a visão voltou, o mundo não era mais o mesmo. As cores estavam mais afiadas, os sons mais cruéis. Cada batida de coração ecoava como um tambor, cada respiração alheia era uma confissão de fraqueza. O ar parecia mais denso, mais vivo, e o cheiro... o cheiro era um banquete.
Foi então que