Capitulo 87

Liora

Eu estava nervosa.

Meus olhos voltavam sempre para o ponteiro do relógio pendurado na parede de pedra. O tique-taque ecoava no salão silencioso como passos de alguém que se aproximava devagar demais.

A mansão para onde eu tinha sido levada parecia ter saído de um filme antigo — um daqueles em que a heroína sobe uma escadaria enorme e percebe tarde demais que não está sozinha. Era imensa, imponente, construída com uma elegância que só famílias muito antigas (ou muito perigosas) possuíam.

E, mesmo assim, tudo nela era gélido.

As paredes de pedra mantinham o frio preso.

As janelas altas deixavam entrar luz, mas nenhuma sensação de calor.

Os corredores eram longos demais, silenciosos demais, vazios demais.

Eu puxei o xale sobre os ombros, tentando aquecer a pele, mas o frio vinha de dentro.

Medo.

Incerteza.

E aquela impressão constante de que tudo ali havia sido construído para julgar.

Eu mal ousava respirar fundo.

O julgamento.

O bendito julgamento que não chegava nunca.

E eu ali,
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App