POV AURORA.
O carro seguiu pela avenida, fiquei olhando pela janela do carro, já era noite, mas via algumas pessoas caminhando.
Eu me recostei no banco, tentando controlar a respiração, mas meu peito parecia pequeno demais para caber tudo o que eu sentia.
Ainda podia sentir a mão dele sobre a minha, firme, corrigindo a posição dos talheres. Foi um toque rápido, mas meu corpo reagiu como se tivesse sido incendiado.
E depois, a forma como ele falou da mãe… não como um executivo arrogante, mas como um filho que carregava um fantasma.
Suspirei, fechando os olhos. Era loucura. Absoluta loucura. Ele era frio, distante, parecia odiar a minha presença.
Mas havia momentos — fugazes, raros — em que o gelo rachava, e eu conseguia ver o homem por trás da armadura. E nesses instantes… era impossível não me perder.
Meus dedos tremeram sobre o tecido do vestido. A lembrança do beijo voltou com força, latejando em mim como uma ferida e um vício ao mesmo tempo. Eu não queria lembrar. Não queria deseja