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Capítulo 6 - Eles são almas gêmeas.

(Ponto de Vista de Sloane)

Eu não podia acreditar naquilo.

"Três horas dentro de um avião… Uma hora presa naquele maldito aeroporto de Asheville... Tudo isso para encontrar Finn com a língua enfiada na boca de Delilah Crestfield?"

E, como se não bastasse, ele ainda teve a audácia de parecer culpado.

— Sloane, me desculpa... Não era para você ter visto isso...

— Desculpa? — Cortei, com a voz trêmula de raiva. — Eu esperava que você tivesse o mínimo de amor-próprio, Finn. Aquela mulher vai se casar daqui a dois dias, e você ainda ousa se agarrar a ela?

— Preferia que ele se agarrasse a você? — Provocou Delilah.

— Não fala assim. — Rebateu Finn, seco.

— Por quê? Ela é amarga porque ninguém quer ela. É por isso que vive tentando controlar a sua vida. Você já é bem grandinho para fazer o que quiser.

— Bem grandinho? Vocês dois estão agindo como crianças. — Retruquei. — Qual é o plano, Finn? Se esconder pelas costas do noivo dela? Transar com ela na suíte de lua de mel enquanto o pobre Hunter apaga de cansaço?

Delilah soltou uma risada, tratando tudo como uma piada doentia, e o anel de noivado dela brilhou sob a luz com um luxo evidente, intensificando ainda mais a raiva que já borbulhava em mim.

— A Delilah vai terminar com o Hunter. — Disse Finn, com uma confiança idiota.

Mas Delilah franziu a testa.

— Não vou, não. De onde você tirou isso?

— Nós nos beijamos.

— E? Isso não quer dizer que eu deva cancelar meu casamento.

— Quer dizer exatamente isso, Lila.

— Você está mesmo falando sério? O casamento vai acontecer, Finn.

Observei a esperança esvair do rosto dele em tempo real, sendo substituída por dor.

Aquilo estava acabando com ele. E aquilo me enfurecia. "Quando é que ele ia aprender?"

— Pega essa sua versão manipuladora e infiel e saia daqui. — Cuspi.

Delilah sorriu.

— Ou o quê?

— Você gosta disso, né? Gosta de torturá-lo. Gosta de se exibir na frente dele, sabendo que ele está apaixonado demais para enxergar o jogo doentio e manipulador que você joga.

Delilah revirou os olhos.

— E o que você vai fazer? Me dar uma bronca até eu morrer? Nossa. Até o Finn já cansou das suas broncas, Sloane.

— Cala essa boca. — Rosnei, avançando contra ela. — Cai fora.

— Querida, foi ele quem me chamou. Talvez, se você fosse tão gostosa e boa de cama quanto eu, ele olhasse para você.

Dei um passo na direção dela.

Mas Knox me segurou.

Só então percebi que havia esquecido completamente sua presença, já que seus braços me envolveram pela cintura como faixas de aço, me puxando contra o peito e afastando meu corpo do alvo.

— Me solta, Knox. — Exigi.

— Não posso fazer isso, Sloane.

Tentei me soltar, impulsionada por uma raiva que parecia me fortalecer.

— Não me testa, porque eu posso ser muito violenta.

— Se acalma, Gatinha. Deixa eles em paz.

"Gatinha?"

— Por que diabos eu faria isso? — Questionei.

— Porque eles precisam resolver isso sozinhos. Sua presença só vai piorar tudo. Vamos dar um pouco de privacidade para eles.

Eu queria discutir... Queria gritar... Mas ele tinha razão. E eu odiava que ele estivesse certo.

Então deixei que ele me puxasse.

Atrás de mim, ouvia a voz do Finn, baixa e partida, implorando para que Delilah não fosse embora… Aquilo realmente me dava enjoo.

Quando chegamos à sala, a sensação era de que eu estava pegando fogo por dentro, então me joguei no sofá, fervendo.

Logo, Knox sentou ao meu lado e se esticou.

— Você é sempre assim ou resolveu ser mais dramática do que o habitual hoje? — Alfinetou. — Estava sendo dolorosamente óbvia, aliás.

— Óbvia com o quê?

— Que está apaixonada pelo Finn.

Meu coração disparou. "Como ele havia percebido isso?"

— Eu não estou apaixonada por ele. — Afirmei.

— Ah, está sim. — Murmurou Knox, com preguiça. — Até o Finn sabe.

— Do que você está falando? Ele te disse algo?

Knox deu de ombros, me observando com aqueles olhos escuros e penetrantes.

— Precisa? A gente se conheceu hoje, e eu percebi. Ele te conhece há anos. Faz as contas.

Levantei e comecei a andar de um lado para o outro, com as mãos tremendo, enquanto tentava processar tudo, embora a sala, de repente, parecesse pequena demais e o ar, fino demais.

— Você está errado. Seja lá o que acha que sabe, está enganado. Eu não amo o Finn.

— Certo.

— Não amo, Knox.

— Se isso te ajuda a dormir à noite, Gatinha…

— Para de me chamar assim.

— De quê? Gatinha?

Antes que eu conseguisse jogar algo nele, fosse um insulto ou um vaso, Delilah desceu as escadas correndo e foi direto para a porta da frente. Finn veio logo atrás, como o idiota apaixonado que continuava sendo. Os dois desapareceram porta afora, e o estrondo ao fechá-la reverberou por toda a casa.

Sem sequer respirar, já me movia para segui-los, mas Knox, sendo o encrenqueiro que era, me segurou pela cintura mais uma vez.

— Qual é o seu problema comigo? — Sibilei, girando para encará-lo.

— Eu não quero que você faça alguma besteira na casa dos meus pais.

— Eu me importo com meu amigo. Coisa que você claramente não faz, ou já estaria ligando para o Hunter agora para contar que a noiva dele está traindo ele.

Knox bufou.

— Você acha que o Hunter não sabe? Ela está traindo ele há meses.

Minha boca se abriu.

— Está falando sério?

"Como ela conseguia? Como tinha tanto poder sobre esses homens?"

Knox me empurrou levemente até a janela, mantendo a mão firme na minha cintura. A proximidade fazia com que eu sentisse cada centímetro do corpo dele colado ao meu... O calor, os músculos, o perfume... Tudo se misturava em torno de mim, embaralhando meus pensamentos. Era uma sensação estranhamente avassaladora, tão intensa que eu sequer sabia como nomear. Só sabia que estava absurdamente consciente da presença de Knox, como se ele estivesse em toda parte ao mesmo tempo. Ou talvez aquilo tudo parecesse tão forte porque já fazia tempo demais desde que um homem me tocara.

Ainda assim, fiz um esforço para focar na cena do lado de fora. Finn e Delilah estavam perto da piscina, discutindo. Finn mantinha as mãos fechadas ao lado do corpo, com o maxilar travado pela frustração, enquanto Delilah, em contraste, parecia completamente calma. Embora eu não conseguisse ouvir o que diziam, também não era necessário. Aquela cena já me era familiar demais: Finn implorando, Delilah manipulando. Ao perceber isso, senti um nó amargo se formar no estômago.

— Se quiser espiar, Gatinha. — Sussurrou Knox, com os lábios perigosamente perto do meu ouvido. — Dá para ter uma boa vista daqui. Assim você não atrapalha. E a gente ainda pode fofocar sobre eles, se quiser. Me diz, Sloane, sobre o que acha que estão discutindo agora?

Tentei ignorar o arrepio que a respiração dele provocou na minha nuca.

— Provavelmente sobre como ela vai deixá-lo de vez.

— Você se enganou. Ela jamais vai deixá-lo, e ele, por mais que tente, nunca vai conseguir deixá-la ir. Eles são almas gêmeas, mesmo que destrutivas. Esse ciclo simplesmente nunca vai terminar.

Havia algo quase resignado no tom dele, como se já tivesse visto aquele drama se repetir vezes demais.

No entanto, diferente dele, eu ainda não estava pronta para desistir do meu melhor amigo.

— Notícia fresquinha para você, Cupido. — Retruquei. — Ela vai se casar com outro homem. Ou seja, sua teoria de alma gêmea está bem longe de ser um fato.

— Acha mesmo que esse casamento vai acontecer?

— Claro que vai.

— Não vai.

Bufei, virando para encará-lo.

— O que quer dizer com isso? Vai sabotar?

— Nem preciso. É o jeito deles. Terminam, voltam. É o ciclo deles.

— Você é doente, Knox. Sério mesmo que prefere que a noiva do seu melhor amigo destrua o coração dele?

— Nada me deixaria mais feliz do que ver a Delilah voltando para o Finn. — Disse, com um tom tão casual, tão indiferente, que me deu vontade de estapear aquele sorriso arrogante. — O Hunter é um bom homem. Não merece ser humilhado assim.

— E seu irmão? Ele merece, por acaso? Merece ser constantemente torturado por aquela mulher?

— O que você espera que eu responda, Sloane?

— Espero que diga que se importa.

— Acha que não me importo?

— Não? Se se importasse, já estaria expulsando a Delilah dessa casa.

— Por que eu faria isso?

— Porque ele é seu irmão.

— Um irmão que claramente está apaixonado.

"Inacreditável…"

— Você realmente chama aquilo de amor? Ela está usando ele, e isso definitivamente não é amor. Talvez você nunca tenha se apaixonado de verdade, então não sabe como é. Mas eu te digo, com todo o meu coração: o amor de verdade não se parece nem de longe com aquilo.

— E como é então, Sloane? Igual ao que você sente pelo Finn? Porque isso aí parece bem miserável.
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