Início / Romance / Desejando o Irmão Rebelde / Capítulo 4 - Dispositivos de tortura.
Capítulo 4 - Dispositivos de tortura.

"Então esse era o infame Knox…"

Já tinha ouvido histórias sobre o indivíduo. Finn falava dele como se fosse um lobo selvagem que, de vez em quando, aparecia ao redor da fogueira, roubava sua comida e desaparecia de volta na floresta. Selvagem. Imprevisível. Talvez até um pouco desequilibrado.

À medida que eu observava com mais atenção, percebi que... Ele realmente se parecia com Finn: o mesmo maxilar afiado, a mesma boca irritantemente perfeita. Mas, enquanto Finn era luz do sol e charme, Knox parecia ter saído direto de uma revista de estilo para gângsteres sofisticados.

— Me diz uma coisa... Como eu posso saber que você não é um sequestrador? — Perguntei, erguendo o queixo. — Vai ter que provar que é quem diz ser.

— Tipo um documento de identidade?

— Isso serviria.

— Não tenho nenhum.

— Pois é... Se alinha com a pegada de um sequestrador. — Comentei.

— Por que não liga para o Finn e confirma?

Cruzei os braços.

— Ele não está atendendo. Por que acha que estou aqui parada há uma hora, parecendo um cachorro abandonado? — Lancei um olhar para o carro. — E você chegar num carro potente agressivo que grita "chefe da máfia" não ajuda em nada na sua credibilidade.

— Vai entrar ou não? Sou bastante ocupado, criança.

— Criança? Você está mesmo tentando me diminuir?

Knox suspirou profundamente, com aquele som arrastado que deixava claro que minha insistência estava empurrando sua paciência para o limite.

— Entra logo, Sloane.

Encarei-o, sem expressão. Em seguida, suspirei, porque, claramente, meu instinto de autopreservação era inexistente, já que tinha aceitado ajudar o Finn a invadir o casamento da ex. Entrar no carro com o irmão potencialmente assassino dele nem era a pior decisão que eu havia tomado naquele mês.

— Abre o porta-malas. — Pedi.

Knox apertou um botão e destravou por dentro. Sem muita cerimônia, joguei minha mala lá e comecei a resmungar sozinha, dizendo que esse tipo de situação era exatamente como começavam os episódios de série de terror e assassinato.

Quando me sentei no banco do passageiro, Knox não se mexeu.

— Por que não deu partida ainda? — Perguntei, lançando um olhar de lado.

— Seu cinto de segurança.

Ah.

Um sequestrador em potencial prezando a segurança. Isso... Era inesperado.

Engatei o cinto com um clique. Então ele acelerou, saindo da área de desembarque do aeroporto e entrando na rodovia com uma arrancada suave que me empurrou contra o banco.

Assim que pegou a estrada aberta, ele acelerou ainda mais, e o Shelby Mustang rugiu sob nós como uma fera libertada.

— Ei, vai com calma! — Minhas mãos instintivamente agarraram a borda do banco.

— Quer descer? — Perguntou.

— Não. Mas você está indo rápido demais. Nem consigo ver a cidade.

— Asheville? Não tem nada para ver.

— Você fala isso porque provavelmente conhece tudo por aqui e ainda viajou o mundo. Eu mal coloco os pés fora de Nova York e, quando coloco, quero algo que me faça sentir... Maravilhada.

Soou poético demais quando falei em voz alta, quase constrangedor. Mas era verdade. Eu colecionava momentos, imagens, sensações... Guardava tudo para as noites solitárias, quando meu apartamento parecia grande demais e meus pensamentos, barulhentos demais.

— Você acha que eu moro em Asheville? — Ele perguntou.

Virei para ele.

— Não mora?

— Não. Nova York.

Espera aí.

— Você esteve em Nova York esse tempo todo? — Questionei.

— Parece surpresa.

— É só que... O Finn nunca mencionou isso. Nunca. Como vocês dois vivem na mesma cidade e nunca se esbarram?

— Finn e eu temos uma... Relação complexa.

Do jeito que ele disse, deixei o assunto morrer.

Seguimos dirigindo em um silêncio tenso por um tempo, até que, de repente, Knox saiu da estrada principal sem aviso. O carro fez uma curva tão fechada que me vi agarrando a maçaneta da porta.

Logo, ele estacionou em frente a um prédio mal iluminado, com letras vermelhas em néon que diziam:

Encantos Sensuais.

— Bem… Essa é a casa dos seus pais? — Perguntei, já sabendo que não era.

Em resposta, Knox arqueou um sorriso.

— Encantos Sensuais? Sério? Parece uma casa para você?

O lugar era exatamente o que se esperava de uma loja adulta: janelas escuras, beco suspeito…

— Um sex shop? — Perguntei.

— Acertou.

Diante disso, meu cérebro entrou em curto-circuito.

— Por que estamos num sex shop?

— Preciso comprar um presente de casamento.

— Para quem?

— Um amigo e a noiva dele.

Hesitei, engolindo em seco quando as peças começaram a se encaixar.

— Espera... Seu amigo é o Hunter? O noivo?

— Exatamente.

— O noivo da Delilah?

Knox sorriu com malícia.

— Isso mesmo.

"Pelo amor de Deus.

O irmão do Finn era amigo do noivo da Delilah?

Por que Finn nunca mencionou nada disso? Era como se eu não soubesse absolutamente nada sobre meu melhor amigo."

Aquilo parecia uma bomba-relógio prestes a explodir a qualquer segundo.

— Prefere esperar aqui ou entrar comigo? — Knox perguntou.

Olhei para o prédio, depois para o rosto dele.

"Que se dane."

Depois de soltar o cinto, saí do carro e, com um gesto ansioso, ajeitei os óculos e tentei desfazer vincos imaginários na blusa.

— Vamos comprar uns dispositivos de tortura em nome da Delilah. — Declarei, sem nenhum tom de brincadeira.

Knox deu uma risadinha.

— Como quiser, senhorita. Mas saiba que tem quem goste de ser... Torturada.

"Ah, é? Veremos então."

Eu planejava comprar algo com voltagem suficiente para mandar a bunda falsa e traidora da Delilah direto para fora do planeta. Assim ela não teria mais chance de destruir o Finn.
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App