Abri a boca, mas nenhum som escapou, e o que mais me incomodava era o som ensurdecedor do meu próprio coração, tão intenso que temi que todos na casa o percebessem.

— É tão...

— Bonito? — Ele completou, com aquela inclinação arrogante da cabeça.

Sim, embora essa não fosse a palavra certa. O que eu queria dizer era algo como exuberante, talvez estonteante. Algo tão intenso que se tornava intimamente impossível ali, na frente de toda a família dele.

Mas assenti.

Ele se posicionou atrás de mim, e o mundo pareceu girar ligeiramente, talvez pela ansiedade, ou talvez porque eu, mais uma vez, tivesse parado de respirar. Ainda assim, ele não me tocou de imediato. Apenas se inclinou, aproximando-se o suficiente para que eu sentisse o calor que emanava do seu peito. Em seguida, seu perfume se espalhou ao meu redor como fumaça. Com os dedos lentos e intencionais, afastou meu cabelo para o lado, roçando os nós dos dedos na minha nuca, o que fez minha pele se cobrir de arrepios.

— Relaxe. — Murmur