No caminho de volta, a menina não parou de fazer careta e de repreendê-lo. Eduardo pediu desculpas inúmeras vezes. Só quando chegaram ao carro, ela amoleceu e o perdoou.
Ele não queria ir embora. Abraçou a filha várias vezes, beijando o rosto dela, depois olhou para Yasmin e para a barriga dela, cheio de palavras que precisavam sair, mas engolidas na presença da criança... No fim, apenas disse:
— A gente se vê da próxima vez, filha.
Jéssica concordou com a cabecinha. Eduardo se abaixou, colocou-a no assento infantil com extremo cuidado, e passou a mão na barriguinha dela. A culpa o envolveu, o aperto no peito quase doloroso. A menina falou baixinho:
— Já não dói mais.
Ouvindo isso, ele quase chorou.
Depois que Yasmin entrou no carro, o vidro preto foi subindo diante dele. Eduardo manteve o olhar fixo na mulher, e viu que o canto do seu olho estava úmido.
"Ela está chorando?"
Sob o sol forte, ele ficou ali parado, exalando um ar de solidão. Desde que teve tempo para pensar, só sentia ar