O desejo estava prestes a explodir.
Mas o celular de Eduardo, guardado no bolso da calça, começou a tocar de forma insistente e inoportuna. O som persistia, homem e mulher já não conseguiam se concentrar. Por fim, ainda abraçando o corpo da mulher, Eduardo atendeu a ligação com uma das mãos.
Era a família Lima. Do outro lado da linha, a voz severa do pai, Vitor, ressoou:
— Fiquei sabendo que você se casou no civil. Por que não trouxe a esposa para casa e cumprimentou a família? É a tradição que seu avô definiu. Bebeu demais e esqueceu?
Eduardo se sentou, abotoando a camisa com uma das mãos. Ele olhou a mulher à sua frente, tão provocante, e respondeu ao telefone:
— Pai, eu não esqueci.
— Se não esqueceu, então volte já. A família toda está reunida, esperando você.
A ligação foi encerrada bruscamente. Eduardo franziu o cenho. A mulher em seus braços tentou retomar o clima, acariciando o rosto e sussurrando:
— Eduardo, vamos continuar.
Mas ele a afastou suavemente, explicando:
— A famíli