O sol se punha no horizonte, tingindo o céu de dourado.
Kleber saiu levando um copo de água e alguns comprimidos. Ele se aproximou de Bruno e disse em voz baixa:
— Bruno, é hora do remédio.
O jovem continuava olhando fixamente para a ponte do Rio Ima. Seu olhar era tão concentrado que parecia acreditar que, a qualquer instante, apareceria ali uma moça de vestido branco, carregando um cavalete. Talvez o nome dela fosse Helena.
Kleber, ao vê-lo assim, sentiu o coração apertar.
Na última vez em que Bruno estivera plenamente lúcido, tinha dito que queria viver à beira do Rio Ima. Contou para eles que foi ali que pediu Helena em casamento, que naquele lugar o pôr do sol era maravilhoso e grandioso, e que desejava passar ali os últimos dias, implorando aos pais que permitissem.
Harley chorou como nunca, incapaz de aceitar. Tomás passou a noite em claro e, por fim, atendeu ao pedido do filho. A vida de Bruno havia sido dura demais. Como pais, a última escolha que podiam fazer era lhe conceder