Pelo menos, Helena ainda estava ao seu lado.
Apesar de tantos anos juntos, raramente tinham momentos românticos. De repente, Bruno se sentiu tocado, estendendo a mão e segurando suavemente a dela. A palma de Helena estava fria, envolta pelo calor da mão dele. Ela não a retirou, seus olhos permaneciam fixos nas crianças enquanto murmurava:
— Bruno, se a vida inteira fosse só olhar as crianças, que bom seria... Sem precisar acordar cedo, sem trabalhos intermináveis.
Bruno baixou os olhos para ela, primeiro respondeu com um leve "hm" e depois sorriu, respondendo:
— Helena, você não conseguiria ficar sem fazer nada.
Helena também sorriu. Ela ajeitou de leve o xale sobre os ombros e disse, com um sorriso sereno:
— Bruno, você até que me conhece um pouco.
— Um pouco? Muito mais que isso. — O olhar dele se aprofundou.
De forma estranha, Helena achou que aquelas palavras tinham um certo tom de insinuação, por isso não respondeu.
Os dois ficaram lado a lado, observando os filhos, cercados pelas