Bruno não era de chorar facilmente, mas, naquele momento, havia um brilho úmido em seus olhos.
O rosto de Helena, separado apenas por uma fina camada de tecido, estava colado contra o peito do homem. Em suas mãos, ela apertava com força aquele braço mutilado. Os sentimentos dela estavam encharcados, confusos, difíceis de descrever.
Naquele instante, amor e ódio se entrelaçavam.
No fim, Helena não conseguiu se controlar. Ela enterrou o rosto com força no peito dele, fechou a mão em punho e golpeou o coração dele com força, enquanto suas palavras saíam desconexas:
— Bruno, eu te odeio! Por que não me deixou continuar te odiando? A pessoa que eu mais odeio, mais odeio nesse mundo, é você! É você...
A voz de Helena estava rouca, quase irreconhecível, até que por fim as palavras lhe faltaram.
Mais de dez anos de amor e ódio, anos de casamento, toda aquela trama de sentimentos, tudo se transformava...
Tudo se transformava em amor levado ao extremo!
Tudo se transformava em ódio levado ao extr