Bruno entrou no quarto.

Ele se sentou à beira da cama, estendeu a mão e acariciou os rostos dos dois filhos. Então, disse em voz baixa:

— O Gonçalo precisa de cuidados. Por isso, pensei em me casar de novo.

Com lágrimas nos olhos, Harley hesitou em falar. Ela não entendia por que Bruno insistia em reprimir seus sentimentos, por que ele não contava a Helena sobre o que aconteceu no passado, sobre o acidente que esmagou seu braço, ou sobre a doença de Gonçalo. Se ele tivesse contado, pelo menos a família teria ficado unida, e Gonçalo não precisaria lidar com uma madrasta.

Sob a luz amarelada, o rosto de Bruno parecia sereno. Ele não queria que Helena sofresse.

Ela sofreu injustiças por toda a vida, e ele havia prometido lhe devolver a liberdade.

Tomás a impediu, suspirando baixinho:

— Deixem que os mais jovens decidam por si mesmos.

O casal se retirou silenciosamente.

A noite estava tranquila, restando apenas o antigo casal de desafetos e duas adoráveis crianças.

Helena foi ao banheiro p