A Sra. Fernandes gritou:
— Sangue! Ela está tendo um aborto!
Bruno se assustou. Ele olhou para baixo e viu a roupa de luto de Helena manchada de sangue, uma cena chocante. Ele avançou para pegá-la no colo, dizendo:
— Helena, vou te levar para ver o médico.
Mas Helena recusou. Ela não queria ele, não queria Bruno.
Ela deu um passo atrás, exclamando com o rosto pálido:
— Não se aproxime! Bruno, não importa se essa criança vai viver ou morrer, não tem mais nada a ver com você.
Helena continuava recuando, até que David a segurou. Mesmo com as pernas tremendo descontroladamente e o sangue escorrendo, ela insistia em andar, se afastando pouco a pouco dali, longe de onde Bruno estava.
Sob a luz forte e branca, ela se apoiou na moldura da porta, a dor nas costas a impedia de ficar ereta.
Ela não deixava de amar essa criança, mas acabara de perder a avó, a pessoa mais próxima dela e que mais a amava. Ela não tinha forças para se importar com mais nada. Naquele momento, só restava em seu coração