A neve da Cidade D tinha derretido.
Pela manhã, uma fila de dez carros pretos escoltava Helena e a avó de volta à mansão da família Cunha.
Bruno estava cumprindo o que a avó havia exigido: o mesmo modo que ele um dia foi buscá-la para o casamento, seria agora o modo de devolvê-la.
Independente do final ser feliz ou não, a Helena dela tinha sido uma esposa legítima.
Os carros pretos e reluzentes entraram um a um na mansão da família Cunha e foram parando devagar.
Dentro do carro, em meio à penumbra, Bruno se virou para olhar Helena. Ele não disse nada, apenas estendeu a mão com ternura e acariciou suavemente sua barriga, acariciou o filho deles. Depois, segurou a mão dela, entrelaçando os dedos com carinho e por um longo tempo.
Mas, por mais que doesse, ele teria que deixá-la ir. Tinha prometido à avó que a deixaria livre.
A avó voltou com Helena. David e Agnes já aguardavam do lado de fora.
Agnes, com os olhos marejados, abraçou Helena com força, e apertou a mão da avó, soluçando:
— Oh