Isabella Duarte Ricci

Desci as escadas em silêncio, segurando a xícara vazia contra o peito, como se aquilo pudesse acalmar o turbilhão dentro de mim.

Algo estava estranho.

Não sei explicar o quê, mas meu coração apertava a cada passo que eu dava longe do quarto. Dimitri parecia ele mesmo, até demais. O olhar amoroso, o jeito calmo, a rouquidão convincente. Mas havia algo no toque dele, algo ausente.

Ele sempre foi firme, intenso, cheio de presença. Hoje, senti que ele me tocava com cuidado demais. Quase como se não quisesse quebrar um disfarce.

Sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos. Era só preocupação. Ele estava doente. E eu andava emocional demais depois de ver o Tomas no hospital.

— Bella? — a voz da minha mãe me tirou dos meus pensamentos confusos.

Ela estava na cozinha, com os cabelos presos num coque desfeito, com uma xícara de chocolate quente para mim. Um sorriso suave surgiu quando ela me viu, mas logo notou o meu semblante.

— O que houve, filha? V