Dimitri Carter
A garrafa de uísque estava quase vazia. O líquido âmbar descia queimando minha garganta, mas a dor era tão amarga quanto o sabor da bebida. Melhor sentir isso do que encarar o vazio que me consumia por dentro.
Eu estava jogado no sofá da sala, encarando a escuridão do cômodo. A mansão era grande demais para mim, fria demais. Mas talvez fosse exatamente o que eu merecia, ou o que me representava, eu deveria ser parte daquele cômodo, como uma mobília, vazio e sem vida.
O som dos saltos ecoando pelo corredor me tirou dos meus pensamentos. Não precisei olhar para saber quem era.
— Dimitri — a voz de Natasha soou hesitante, quase como se soubesse que não era bem-vinda ali. — Precisamos conversar.
Soltei uma risada baixa e irônica. Conversar? Eu não queria falar. Não queria ouvir. Só queria esquecer.
— Se veio para isso, pode ir embora — murmurei, levando o copo aos lábios mais uma vez.
Mas Natasha nunca foi do tipo que aceitava um não. Ela se aproximou, deslizando os dedos