Theo Lima
O silêncio dentro do escritório era avassalador. Podia ouvir minha própria respiração, pesada, descompassada, tentando acompanhar o turbilhão de emoções que se agitava dentro de mim. Lívia estava ao meu lado, tão imersa na tempestade quanto eu. Camila ainda estava ajoelhada à nossa frente, o rosto marcado pelo peso das confissões que acabara de fazer.
Eu queria dizer algo. Qualquer coisa. Mas as palavras se recusavam a sair.
Isabella que destruiu parte da nossa vida. A mesma que agora, sem que soubéssemos, havia sofrido silenciosamente. Havia perdido quatro filhos. Havia se punido todos os dias. E, acima de tudo, havia salvado a vida de Aurora sem esperar nada em troca.
Meu coração estava um caos. Como era possível sentir raiva e, ao mesmo tempo, compaixão? Como perdoar alguém que roubou tanto de nós e, ao mesmo tempo, perdeu para si?
Antes que eu pudesse processar tudo isso, a porta do escritório se abriu.
O som foi suave, mas o impacto foi como um choque elétric