*Ponto de vista de Kelly*
Depois de tomar o remédio e o suco, sentei ao lado de Hope, tentando aparentar calma. Ela estava entretida com as atividades, pintando desenhos e montando peças de Lego, mas minha mente não conseguia escapar do turbilhão que havia se tornado a minha vida. A jovem que nos acompanhava parecia não se incomodar com o peso invisível que me envolvia. Após nos guiar até aquela sala, cheia de distrações para Hope, ela finalmente se despediu. Fiquei ali, sozinha, com meus pensamentos e minha crescente inquietação.
O vibrar do meu telefone dentro da pequena bolsa que eu carregava me arrancou desse estado. Peguei-o rápido e olhei para a tela. Era minha mãe.
— Mãe? — Atendi com um tom preocupado. Minha mãe raramente ligava, ainda mais àquela hora. O relógio marcava quase meia-noite no Brasil, o que tornava a ligação ainda mais estranha.
— Você está bem, filha? Eu acordei assustada aqui, liguei a TV e vi sobre uma bomba em Miami. Só quis falar com você e ver se estava bem