Foi nesse momento que ela começou a ler o conteúdo em voz alta:
— Mesmo terrivelmente envergonhada, considero hoje, o dia mais feliz da minha vida. — Ela falava de forma teatral, rindo. — Porém, nossa conversa no lago poderia ter sido menos constrangedora. — Percebi um franzir em sua testa. — Eu não queria parecer uma menina puritana que nunca havia sido beijada, mesmo com a certeza de que minha fuga impensada se transformou em confissão, mas também… — Loren parou, de repente, enquanto aparentemente continuava a leitura em silêncio, fazendo-me fechar os olhos intuitivamente. — Mas não é como se eu fosse me abrir propositalmente para… — Assim que reabri os olhos, percebi que me encarava com feições preocupadas. — Senhor cafajeste, Vie?
Volto a atenção para o presente, observando as duas camas de solteiro e a pequena mesa usada por mim enquanto me perdia em escritas amorosas e infantis. Abro o guarda-roupas antigo, tentando me livrar das espessas teias de aranhas. Debaixo do assoalho,