Não dá para entender tamanha rebeldia do Tarso. Ele acha que todos o odeiam, e não é assim. Pelo contrário, eu tenho muita vontade de ajudá-lo a entender os seus traumas, o porquê de ele ser assim, quando tem tudo. Não quero acreditar que o seu comportamento é somente porque a sua mãe o deserdou. Espero muito que ele não saia mais de casa hoje.
Fui descansar e o deixei na sala. Acabei dormindo. Ao acordar, lembrei do Tarso. Levantei rápido, e ele acabou dormindo no sofá.
Aproximo-me lentamente e toco no seu braço.
— Tarso, venha para o seu quarto — falo, baixo.
— Acabei assistindo e perdi a hora. Eu vou embora, Emília — Tarso fala, ao se levantar.
— Não vai, Tarso. Já é madrugada! Passe a noite aqui.
— Está bem — Tarso fala, sonolento.
Levei-o até o seu quarto, entreguei-lhe o edredom e pude voltar a dormir, tranquila, porque Tarso ficou aqui.
No dia seguinte, acordei, e Mirtes fala que Tarso saiu cedo, só tomou café. Já respirei fundo e, em silêncio, tomo o meu café também. A