52. HANIEL
Durante o jantar, Sâmia mal olhava para todos na mesa. Talita e Gael nem sequer tocaram na comida, e eu também só estava engolindo o que tinha no prato. Levantei-me da mesa, subi para o quarto, vesti uma roupa confortável e vi as malas de Sâmia num canto. Cocei a cabeça. Sinto-me sem saber como agir; uma mulher novamente na minha vida só irá bagunçar o pouco de sossego que me resta.
Esperei Sâmia subir. Ela entrou devagar no quarto, dando-me boa-noite com sua voz doce. Não consigo ter uma aproximação com ela; dialogamos pouco, falamos somente o necessário. Um desses assuntos foi para saber quem dormiria no sofá ou na cama, e ela me surpreendeu ao escolher o sofá, dizendo que era para que eu pudesse descansar bem para o dia seguinte. Fiquei desconfiado. Fui para o banheiro e, ao voltar, Sâmia já estava deitada no sofá com uma coberta de várias estampas de corações. Cheguei um pouco perto e vi que ela estava dormindo, ou fingindo — mulheres são capazes de tudo.
De mansinho, deitei na