A semana seguinte ao pedido de casamento parecia ter saído de um filme romântico. Laura e Apollo estavam flutuando entre flores, sorrisos e abraços demorados. Todos ao redor pareciam contagiados pela felicidade deles — até mesmo os alunos do centro cultural criaram um mural de felicitações com recortes, desenhos e frases carinhosas.
Mas quando o primeiro entusiasmo se acomodou no peito, vieram as decisões. E junto com elas, a realidade.
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— Você quer casar na primavera ou no outono? — Laura perguntou enquanto folheava uma revista de casamentos com uma caneta marca-texto na mão.
— Pode parecer clichê, mas eu acho que o outono tem a nossa cara — respondeu Apollo, ajeitando os óculos no rosto. — As folhas mudam de cor, assim como a gente mudou... cresceu. Se reinventou.
Laura sorriu, tocada pela resposta. Mas logo o telefone dela tocou. Era sua mãe.
Ela atendeu, mas bastou o primeiro minuto para o brilho em seus olhos se apagar.
— Sim, mãe. Eu sei... Não, ainda não definimos o local...