— Eu entendo suas ações, Leonardo… mas quero que compreenda: seu pai não ficará satisfeito com isso.
Maira se recostou na poltrona diante da minha mesa, os dedos girando lentamente o anel no indicador. Seus olhos me analisavam com a mesma calma de quem lê uma carta antiga cheia de entrelinhas.
Já estávamos conversando há quase meia hora. O que começou como um simples pedido de contato com a médica que cuidou de Helena durante a gravidez — e a fase difícil de depressão — se transformou em algo muito maior.
Depois de analisar alguns dos comportamentos de Harumi, tanto aqui quanto no tempo em que estive na prisão da Yakuza, ficou claro que precisávamos de um especialista.
Não qualquer um.
Alguém que fosse discreto, sensível e já familiarizado. E a doutora Vanessa era a melhor escolha.
No entanto, existia um impasse: esse tipo de cuidado exigia mais do que vigilância. Exigia tempo, paciência, acompanhamento constante. Algo que eu, mergulhado entre os negócios da máfia e os da empresa, n