Acordo e ainda não abro os olhos, brinco dentro da minha mente, dizendo a ela que tudo o que vivi desde que encontrei Gael é só um pesadelo, excitante, mas um pesadelo. Ontem quando fomos dormir, foi um começo estranho e tempestuoso onde vivo em uma linha entre medo e saudade, pavor e desejo. Estou constantemente no limite das minha emoções. Será que vai virar um pesadelo ou um conto de fadas, talvez? NOITE PASSADA — Eu vou dormir. — Tudo bem. Estava prestes a voltar para o quarto e fechar a porta quando ouvi Gael chamar — O que foi? — Tive medo de perguntar, mas o fiz assim mesmo. Ele deu um passo em sua direção e ela recuou outro para dentro do quarto. — Quero beija-la. Balançou a cabeça em negativa. — Quero toca-la — Ele chegou mais perto e seu coração acelerou, mas dessa vez ela não recuou. O único homens que teve nunca lhe fez sentir assim, excitada e lasciva. Eu tenho que... — Pensar? — Ele disse com o corpo a milímetros do dela. Podia sentir o cheiro do seu corpo e do seu perfume forte de chuva fresca e carvalho, e muitas sensações tomaram conta de sua mente, indo do medo a curiosidade, mas não asco. Balançou a cabeça em afirmativa e quando percebeu o rosto dele estava ainda mais perto. — Quando você experimentar, vai implorar que eu nunca pare e vai geme a noite toda. — Colocou a mão sobre a porta e sentiu sua respiração se misturar com a dela. Seu coração acelerou. "A boca desse homem tão próxima a minha." Pensou. Sentiu seus corpo querendo experimentar o que aconteceria a seguir, mas a sua cabeça gritou outra coisa. "Você foi sequestrada, você tem que fugir." Eu sou uma prisioneira? Perguntou quebrada o clima. Gael voltou a cabeça pra trás, encarando-a. __ Não, mas você não tem lugar nenhum pra ir. Com um beijo castro lhe deu Boa noite. O seguiu com os olho indo para seu quarto. Hoje à noite vai ser longa. PRESENTE Poderia ser, né? Um moreno com lindos e misteriosos olhos verdes que, no fim, me sequestrou e me tirou do meu filho. Não isso não pode ser conto de fadas. Pode? "Você está em uma prisão." Fala minha mente. A propriedade onde estou confinada é um sonho, mas ainda é uma prisão. Estou cheia de perguntas, nada disso faz sentido. Aperto os olhos para afastar a memória ruim, a saudade do meu filho. Não, eu não posso me abater, preciso sair desse lugar, do domínio desse homem ou vou enlouquecer. Ao invés disso, penso em como minha vida deu um giro de cento e oitenta graus em tão pouco tempo. Pior que ninguém virá atrás de mim, ninguém irá me procurar e se eu voltar sem autorização dele, ele irá atrás de mim. Mas, como em um filme, a vida me trouxe por uma estrada inesperada. Agora eu não faço ideia de qual será a próxima cena. Tudo o que sei é que quero um final feliz para seja lá o que esse momento seja.