Minha mente ficou praticamente em branco. Eu segurava o celular com força, mas não sabia para onde ligar.
O anúncio do aeroporto soou, trazendo-me de volta à realidade. Procurei o número de Luz e disquei, mas tudo o que ouvi foi uma voz feminina fria:
— O celular está desligado.
Quase nunca se comunicava com os pais de Luz por celular, e demorei para lembrar o nome pelo qual os havia salvo na minha lista de contatos.
O celular tocou por um longo tempo antes de ser atendido, e eu, sem sequer cumprimentar, perguntei, quase em desespero:
— Tia, onde está a Luz?!
— Luz... Você está falando da minha Luz... — O choro, até então contido, se tornou audível. — Ana, você e a minha Luz sempre foram tão próximas desde pequenas... Eu te imploro, podia a ajudar, por favor?
Eu conhecia a mãe de Luz há muitos anos.
Professora universitária, ela sempre falava com calma, era uma mulher inteligente e elegante, com um sorriso suave no rosto, transmitindo simpatia e serenidade.
Mas agora, estava desmoro