O sol do meio-dia batia forte na varanda da casa da ilha, mas a brisa do mar tornava tudo suportável. Roberto havia assumido a churrasqueira com a autoridade de quem fazia isso há décadas: avental listrado, faca afiada, carne premium que ele trouxera de São Paulo (“nada de supermercado aqui, só o melhor”). Picanha, linguiça toscana, costela, frango com bacon — o cheiro se espalhava pela propriedade, misturado ao carvão e ao limão espremido para o tempero.
Clara organizava a mesa longa sob o pergolado: toalha branca, pratos de cerâmica colorida, saladas frescas (folhas colhidas na horta pequena da ilha, tomate cereja, abacate), farofa caseira, vinagrete. Ela cantarolava uma música antiga de Roberto Carlos enquanto arrumava os talheres.
Sofia ajudava, cortando limões para caipirinha, ainda um pouco tímida, mas já à vontade. Lucas ficava ao lado do pai, virando a carne, bebendo cerveja gelada, trocando piadas sobre os velhos tempos.
— Pai, lembra quando você queimou o churrasco inteiro n