“Martim Monterrey”Eu sabia que a Abigail não gostou da idéia de ir para um happy hour com a Camila, mas eu não estava ansioso para chegar em casa, com aquele batalhão que estava hospedado lá, e eu queria conversar um pouco com o meu amigo.- Me explica de novo, Martim, porque você concordou com isso? – A Abigail me perguntou pela segunda vez dentro do carro, enquanto rumávamos para o bar que combinamos.- Abi, se nós quisermos conviver com o Emiliano, que é nosso amigo, fora do escritório, vamos ter que suportar a Camila. Além do mais, vai ser divertido vê-la se esforçar para ser simpática com você só para agradar o amorzinho dela. – Eu tentei dar a Abigail um motivo para ela aproveitar essa saída.- Eu não sei não. Isso tem grandes chances de dar errado. – Ela balançou a cabeça.- Você prefere chegar em casa cedo e aturar a cara da Magda e do Enrico? – Olhei pra ela com um meio sorriso e ela fez uma careta de desagrado. – Como imaginei!- Mas nós não precisávamos incluir a Câmisinha
“Abigail Zapata Monterrey”Ô ideiazinha atravessada foi aquele happy hour com o Emiliano e a lambisgóia venenosa! Eu não via a hora de chegar em casa. Mas o Martim pareceu estar se divertindo e não me custava nada suportar aquela vaca por algumas horas, mas não precisavam ter sido tantas.Quando eu entrei no carro eu me peguei pensando que ver o Emiliano com a Camila já não me incomodava como antes, como me incomodou na praia. Me incomodava mais pelo fato de o Emiliano estar com uma mulher que claramente não o merecia, do que por ele estar com uma mulher que não era eu. E eu percebi justamente porque isso foi o que eu pensei quando me despedi deles, que eu lamentava por ele estar com uma mulher que não o faria feliz. Foi a primeira vez que eu pensei assim e não que ele deveria estar comigo. Foi estranho constatar isso. Mas não foi a única coisa que eu percebi.Eu também estava sentindo uma irritaçãozinha que eu não sabia de onde vinha. Não era nem pela Camila, porque com uma dose cava
“Martim Monterrey”Depois que a Abigail e eu desfrutamos daquele momento perfeito dentro do carro, e quando eu finalmente senti que poderia ficar de pé sobre as minhas pernas outra vez, eu a chamei para entrar. Ela estava toda manhosa e a vontade que eu senti de abaixar o encosto do banco e dormir ali com ela agarrada a mim foi quase impossível de resistir. Mas a noite estava esfriando e eu não queria que ela ficasse resfriada.Depois que eu coloquei a sua lingerie no lugar e abotoei a sua camisa, ela saiu do meu colo relutante, esbarrando na buzina do carro outra vez e nós caímos na risada, como dois adolescentes bobos. Eu me recompus e antes de sair do carro eu a beijei outra vez e suas mãozinhas gananciosas já estavam se espalhando sobre mim.- Melhor entrarmos antes que eu resolva te levar para o banco de trás! – Eu sussurrei em seus lábios e a sua risadinha me fez pensar que ela não se oporia.Nós saímos do carro e entramos em casa rindo, como se estivéssemos chegando em casa for
“Abigail Zapata Monterrey”Eu estava cheia de energia essa manhã! Nem a cara de maracujá engomado da Magda foi capaz de me tirar o sorriso do rosto. Mas a cara dela estava péssima! E o meu sorriso ficou maior.- Bom dia, cobra platinada! Está se divertindo muito na minha casa? – Eu perguntei sabendo que ela estava de péssimo humor, porque eu, infelizmente, conhecia essa criatura do mal.- Isso aqui é um verdadeiro inferno, Abigail! Bem a sua cara mesmo. Só falta um demônio de quatro patas correndo por todos os lados, babando e mordendo tudo. – A Magda realmente estava mal humorada e eu ri.Eu sabia que ela odiava animais de estimação, especialmente cachorros, ela até fez o meu pai dar o meu cachorro para alguém, dizendo que “o Enriquinho era alérgico”. Eu lamentei não ter um cachorro agora.- Ah, golpista geriátrica, não está bom para você não? É só ir embora, queridona, a porta da rua é a serventia da casa. Se quiser eu até chamo o taxi! – Eu sorri e ela fez uma careta.- Tudo o que
“Martim Monterrey”Eu estava bastante feliz naquela manhã, algo que eu não sentia há muito tempo. A Abigail e eu tomamos o café perto do escritório e quando chegamos encontramos o Emiliano logo na recepção.- Bom dia, meu casal favorito! – Meu amigo também parecia de bom humor, ao contrário da Maria Luiza, que estava com a cara tão azeda quanto a da Magda.- Bom dia! – A Abi e eu respondemos juntos.- Bom dia, Marilú! – A Abigail provocou a Maria Luiza, que resmungou qualquer coisa.A Abigail estava especialmente provocadora essa manhã e com um bom humor de fazer inveja nas inimigas, como diziam por aí. Eu me permiti pensar que talvez tivesse alguma coisa a ver com esse bom humor todo.Nós caminhamos para as nossas salas e eu me despedi da minha esposa com um beijo quando chegamos à sua porta. Depois que ela entrou o Emiliano me olhou e eu conhecia aquele olhar, ele queria conversar. Fiz apenas um sinal para ele em direção a minha sala.- Meu amigo, você e a Abi estão com uma cara tão
“Magda Zapata”Eu pensei que a minha estadia na casa da inútil da minha enteada seriam férias divertidas, mas isso aqui é um verdadeiro antro de loucos! O que passa na cabeça de uma mulher que decide ter seis filhos? Eu tive o Enrico só porque foi um acidente de percurso, mas eu não pretendia ter nenhum. Não que eu não amasse o meu filho, pelo contrário, eu o amava muito, mas ele atrapalhou minha vida muitas vezes.Agora eu estou aqui, no meio desse bando de desajustado fazendo torradas e com um marmanjo maior do que eu me chamando de tia. Isso era um completo desastre. E para piorar ainda mais, o casamento da Abigail era de verdade mesmo, toda aquela atividade dela com o marido madrugada adentro não deixava dúvida de que eles estavam cumprindo os requisitos de um casamento.Mas eu precisava me mexer, começar a agir para separar o casalzinho terror da madrugada logo. A Abigail não poderia ficar casada por um ano inteiro. Aquela fortuna era minha, fui eu quem suportou aquele velho, eu
“Letícia”Foi muita maldade da Camila não me avisar que eles iam para um bar ontem, eu poderia ter aparecido por lá e agarrado o Martim. Mas, pelo menos aquela ridícula da Maria Luiza iria nos ajudar. Eu não gostava daquela mulher, nunca gostei, uma cara de sonsa, com aquele jeitinho fingido, só lixando as unhas e preparando o bote. Mas, era melhor que ela fosse minha aliada.Avisei aquela sonsa que eu estava indo. Ela disse que quando eu chegasse, que esperasse ela sair da recepção e aí eu entrasse. E foi o que eu fiz. Assim que cheguei avisei a ela e quando ela saiu da recepção eu entrei e fui direto para a sala do Martim.- Ah, mas eu não mereço! Sai daqui, Letícia, ou eu chamo a segurança. – O Martim reclamou quando eu entrei em sua sala, mas eu não liguei, ele ia parar de reclamar rapidinho.- Você não vai chamar a segurança, Martim. – Eu me apressei e puxei o fio do telefone.- Para com isso, Letícia! – Ele se levantou e eu aproveitei para me pendurar em seu pescoço.- Martim, p
“Abigail Zapata Monterrey”Por incrível que pareça, eu me senti de alma lavada por poder dar uma lição naquela galinha da Letícia. Eu não gostava de brigar, detestava escândalos, mas não aceitava ser feita de idiota. Eu voltei para dentro do escritório e parei em frente a Maria Luiza na recepção. Curiosamente já não tinha ninguém mais ali assistindo o show, só a Maria Luiza, o pateta do Emiliano e a besta do Martim.- Escuta bem, Marilú, não pensa que eu não sei que tem dedo seu nisso, porque eu sei que tem. – Eu comecei a falar, ela me olhava com os olhos estatelados.- Ma-mas... – Ela tentou falar, mas eu não deixei.- Caladinha! É só pra você escutar, então presta atenção! Da próxima vez que eu pelo menos sonhar que você está armando pra mim, o que eu fiz com aquela galinha vai ser pouco perto do que eu vou fazer com você. Entendeu, jararaca de unha postiça? – Eu a encarei e ela balançou a cabeça.Eu passei pelo Emiliano e pelo Martim que me olhavam não sei se chocados ou divertido