“Enrico Mendonça”
Eu estava surtando ali naquele lugar e a julgar pelo tempo que eu estava aqui e tudo o que havia acontecido comigo, eu estava começando a pensar que o Ulisses estava de sacanagem comigo e não ia me deixar sair desse quarto nunca mais. Eu precisava dar um jeito. A porta foi aberta e o meu camarada entrou.
- Oi, como está o meu queridinho? – Ele perguntou e colocou uma sacola sobre a mesa que tinha perto da porta. – Trouxe umas coisinhas pra você.
- Camaradinha, vem cá. – Eu chamei.
- Ah, sentiu minha falta? – Ele perguntou e eu pensei por um momento. Na verdade eu tinha sentido sim, tinha dois dias que ele não vinha me ver.
- Sabe que eu senti. – Eu sorri pra ele.
- Gostei de saber. Então vamos aproveitar que o Senhor me deu a tarde de folga. – Ele passou a mão no meu rosto.
- A tarde toda, é? – Eu sorri e ele fez que sim. – Então senta, quero conversar com você antes.
- Ih, não sei se gosto. – Ele me olhou meio em dúvida.
- Pelo visto você também sentiu minha falta.