“Martim Monterrey”
Como eu fui burro. Eu fui burro! Como eu caí fácil assim na armação do Maurice? Eu estava dirigindo pela cidade, em direção a casa do Emiliano, tentando me entender, tentando entender porque eu agi tão instintivamente, porque eu me fechei e não ouvi o que a Abigail tinha para me dizer. E nós estávamos tão bem, tivemos uma noite tão incrível.
- Martim, você é mesmo uma besta! – Eu falei comigo mesmo e bati a mão no volante.
Eu cheguei ao condomínio da D. Branca e a minha entrada já estava autorizada, com certeza o Emiliano já tinha ligado para a mãe e avisado que eu estava a caminho. Em frente a casa dela, eu estacionei de qualquer jeito, corri até a sua porta e ela se abriu antes que eu tocasse a campainha.
- Entra, meu querido! – A D. Branca me atendeu com o carinho de sempre.
- D. Branca, eu preciso falar com ela. – Eu falei e a senhora me olhou e balançou a cabeça.
- Vem, vamos até a cozinha tomar um chá. – Ela chamou e eu pensei que ela não tivesse me entendido.