O salão central da villa parecia ter saído de uma pintura renascentista com toques modernos. Arcos altos, colunas de mármore e tapeçarias antigas conviviam com uma decoração luxuosa e minimalista.
No ar, a música clássica flutuava suave, mesclada ao tilintar refinado das taças e ao burburinho educado de vozes femininas ricas demais para falar alto.
O cheiro de champagne caro se misturava ao perfume doce das flores recém-arranjadas, como se tudo ali tivesse sido calibrado para parecer casualmente perfeito.
Na lateral do salão, a anfitriã, conduzia um pequeno círculo de mulheres de alta linhagem. Influenciadoras, filhas de parlamentares e esposas de herdeiros escutavam, riam e se olhavam de forma cínica.
Isadora estava entre elas. De postura firme, mas com um sorriso contido, ela se destacava como se pertencesse àquele mundo desde sempre. O vestido dourado a transformava em uma figura quase mitológica, e o fato de estar grávida apenas acentuava o contraste: ela era vulnerável e poderosa