Isadora
— Bom dia, querida esposa! O que tem feito que não pode atender os meus telefonemas? — Sinto o sarcasmo na voz de Heitor assim que atendo o celular.
— Hum, com o meu marido distante tem sobrado mais tempo para dormir! — resmungo mantendo a minha voz mais natural e divertida possível. Ele ri do outro lado da linha.
— Não acredito que está dormindo o dia inteiro, Senhora D’angelo!
— Ah, claro que não! Tenho passado algum tempo na biblioteca estudando também. Você sabe como eu sou.
— É, eu sei. E admiro muito isso em você!
— Hum! Obrigada, Senhor D’angelo, isso vindo de você em um elogio! — ralho.
— Mas, é um elogio! — Ele protesta com humor. Humor. Sentirei falta disso.
— Como está indo o seu trabalho por aí? — Decido mudar o foco do assunto.
— Como imaginei que seria, chato! Eu devia ter trazido você comigo, pelo teria algumas horas de diversão sempre que voltasse para o aparte hotel — fala me fazendo rir outra vez. A pior parte é saber que o desejo muito mais que ele deseja a