Mundo ficciónIniciar sesiónO silêncio era tão pesado que Milena conseguia ouvir o próprio coração. Ela mantinha os braços cruzados no colo, como se aquilo pudesse protegê-la do olhar dele.
Marcelo continuava sentado, os dedos tamborilando na madeira escura da mesa com uma cadência lenta, quase hipnótica. Quando finalmente ergueu os olhos, o peso daquele olhar a fez engolir em seco. — Eu avisei. Porta fechada não abre de novo. — Por favor… — a voz dela saiu quase inaudível. — Eu aceito qualquer coisa. Faço o que for preciso. Me dê mais uma chance. Ele se levantou sem pressa. Dois passos largos e já estava perto demais. O perfume caro dele invadiu o ar entre eles, algo seco, que combinava com a frieza do rosto. Milena ergueu a cabeça. Ele era alto o bastante para obrigá-la a isso. Os dedos dele tocaram o queixo dela. Firme, sem vestígio de carinho. — Me agrada então. — disse, baixo. — Mostra o quanto você quer ficar. Milena hesitou um segundo. O corpo inteiro tremia por dentro. Marcelo se afastou por um momento. A porta do escritório fechou com o estalo pesado. A chave girou uma vez, o som ecoando. Ela ficou parada no meio do tapete, as mãos apertadas na frente do corpo, olhando para o chão. Milena no seus vinte e um anos, nunca tinha deixado ninguém encostar nela de verdade. Nem um beijo roubado na saída do colégio, nem uma mão por baixo da blusa numa festa. Ela não sabia o que aquelas palavras significavam, mas não ousou questionar. Marcelo se sentou na cadeira de couro, afrouxou o nó da gravata sem tirar os olhos dela. Jogou um envelope grosso sobre a mesa. — Antes de começar, assine isso!— disse ele, colocando uma caneta ao lado.— Esteja ciente de que você não vai fingir ser minha noiva, não vai apenas carregar meu herdeiro. — Ele se aproximou ainda mais. — Você será minha mulher. Suas vontades não estão em discussão. Pelo menos até que eu me canse ou que Kethelyn acorde. Milena congelou, olhou para o papel. Depois para ele. Com um suspiro de derrota pegou a caneta. Os dedos tremiam tanto que a primeira letra saiu torta. Ele assistia Milena assinar página por página. Quando ela terminou, deixou a caneta cair na mesa. Marcelo pegou o contrato, dobrou com calma e guardou no envelope na gaveta e passou a chave. — Agora é oficial... — falou, sem olhar para ela.— Você é minha até eu dizer o contrário. Os ombros de Milena caíram, ela mordeu o canto da boca e olhou para os próprios pés. — Vem aqui!— ordenou. Dois passos foram suficientes, Milena parou entre as pernas abertas dele. O coração batia tão forte que ela sentia na garganta. — Me beija. Ela engoliu em seco. Se inclinou e encostou os lábios nos dele. Foi um beijo duro, sem jeito, os dentes bateram primeiro. Tentou abrir a boca, tentou lembrar como as meninas do bar faziam, mas a língua só deslizou desajeitada no canto da boca dele. Um segundo depois ele segurou o rosto dela com uma mão e afastou-a. — Horrível! — disse olhando nos olhos dela. Milena corou envergonhada. — Não se preocupe, eu vou te ensinar. Mas vou devagar. Você ainda vai carregar meu filho, então não quero estragar a mercadoria. Ele se levantou, o movimento a fez recuar meio passo, mas ele segurou a cintura dela com as duas mãos e a levantou como se ela fosse feita de papel. Sentou-a na beirada da mesa grande. Os papéis, canetas, um porta-retrato com a foto de Kethelyn, tudo foi para o chão com um único movimento do braço dele. A palavra a atravessou como gelo. Ela arregalou os olhos, o ar faltando por um instante. Quis dizer algo, negar, implorar, mas a mão dele já deslizava pelo pescoço dela, descendo devagar. Ele observava as reações dela com atenção. Sua mão desceu pelo esterno, contornou a curva do seio por cima do tecido, polegar roçando o bico já endurecido. Milena soltou um suspiro curto, involuntário. Ele desceu mais, palma aberta sobre a barriga lisa, até alcançar a cintura da calça jeans. Abriu o botão. O zíper desceu com um som baixo que pareceu ecoar na sala inteira. — Quieta. — ordenou, antes mesmo que ela pensasse em falar. Abriu o botão da calça jeans, baixou o zíper devagar, o som metálico alto no silêncio. Puxou calça e calcinha juntas até os joelhos dela. O ar frio bateu na pele exposta. Ela tentou juntar as coxas por instinto, mas ele já estava entre elas, os joelhos forçando-a a ficar aberta. — Agora vou ver se você realmente sabe com quem está negociando.— A voz dele era baixa, firme. Os dedos dele foram direto. Primeiro por cima, só o dorso roçando de leve, sentindo o calor. Ela estava completamente seca de nervoso. Ele cuspiu na palma sem cerimônia e voltou. Agora deslizava. Separou os lábios com o polegar e o indicador, abriu-a com cuidado. Um dedo entrou lentamente, inteiro. Ela soltou um som curto, assustado, as mãos agarrando a borda da mesa com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. — Respira! — ele mandou, mexendo o dedo devagar, para dentro e para fora. — Você vai aprender a gostar. Vendo o medo misturado com desejo em seu olhar, deslizou dois dedos dentro dela. Ele curvou, procurando com paciência até achar o ponto que fez as coxas dela se abrirem mais. Milena mordeu o lábio inferior até sentir gosto de sangue. O corpo reagia sozinho: o calor subia, o interior se apertava em volta dos dedos dele, ficava molhado. O som era vergonhoso, molhado. Ela fechou os olhos com força. Ele sorriu de leve satisfeito. — Isso. Boa menina. Sem aviso, aumentou o ritmo. Os dedos entravam e saíam com mais facilidade agora. O polegar encontrou o clitóris e começou a esfregar em círculos lentos, firmes. Ela arqueou as costas sem querer, um gemido baixo subiu pela garganta. Marcelo tapou a boca dela com a dele no mesmo segundo, um beijo bruto, sem delicadeza, só para abafar o som. A língua dele invadiu, tomou o espaço, enquanto os dedos continuavam trabalhando lá embaixo. Ela gemia dentro da boca dele, os sons abafados, desesperados. Ele afastou o rosto só o suficiente para falar contra os lábios dela. — Agora você toca em mim. Pegou a mão direita dela, fria, tremendo e levou até a frente da calça social dele. Colocou a palma dela em cima do volume duro. Ela arregalou os olhos. Sentiu o calor, o tamanho, a rigidez por baixo do tecido. Nunca tinha tocado num homem ali. Nem imaginava como era. — Aperta! — ele ordenou. Ela apertou de leve, sem saber a força. Ele segurou a mão dela por cima e mostrou o movimento: para cima, para baixo, apertando mais. A respiração dele mudou, ficou mais pesada contra o pescoço dela. — Assim. Continua. Os dedos dele voltaram a se mexer dentro dela, mais rápido agora. O polegar no clitóris não parava. Ela sentia um calor estranho se acumulando na barriga, uma pressão que não entendia. As coxas tremiam. A mão dela seguia o ritmo que ele ensinava, por cima da calça, sentindo ele pulsar debaixo da palma. — Marcelo… — ela conseguiu sussurrar, voz falhando. — Eu… eu não… — Shh. — ele cortou, mordendo o lóbulo da orelha dela. — Só sente. Os dedos dele acertaram o ponto exato de novo, com mais força. Ela arqueou tanto que quase caiu para trás. O gemido que veio foi mais alto, ele abafou de novo com a boca, engolindo o som inteiro. A língua dele dentro da boca dela, os dedos dentro do corpo dela, a mão dela apertando o pau dele por cima da calça. Tudo ao mesmo tempo. Ela se perdeu entre o que queria sentir e o que realmente estava sentindo. Milena estava quase no ápice do desejo quando três batidas secas ecoaram na porta. Ela congelou. O corpo inteiro travou. — Senhor De Valliére, está aí? — voz masculina, do outro lado da porta assustou Milena. Um dos alunos que estudava com ela. O pânico tomou conta. Ela tentou tirar a mão do meio das pernas dele, tentou fechar as coxas, mas ele não permitiu, firmou a mão entre suas pernas. Os dedos dele não tinham saído. Continuavam dentro, parados. — Por favor… — ela sussurrou, voz quebrada, lágrimas escorrendo. — Por favor, para… eu imploro… vão me ver… Marcelo olhou para a porta, o rosto sem expressão. A mão livre subiu e limpou uma lágrima do rosto dela com o polegar, quase gentil. Depois voltou a apoiar na mesa, prendendo-a ali. — Já imaginou... aquela porta se abrir agora?— ele gemeu baixo. Os dedos dentro dela se mexeram só uma vez. — a emoção de alguém nos ver assim torna tudo mais delicioso.






