Bernardo entrelaçou nossos dedos com firmeza e me guiou para fora do escritório, trocando algumas palavras rápidas com Camila no caminho. Fomos até a caminhonete dele, estacionada sob a sombra de uma árvore, e em poucos minutos já estávamos na estrada. Ele avisou que iríamos almoçar em BH e não no povoado. Agradeci mentalmente pela mudança de ares um pouco.
Bernardo dirigia com uma mão firme no volante, a outra repousando distraidamente sobre a marcha. O rádio tocava uma música baixa, algo suave, que preenchia o silêncio de forma confortável. Olhei de lado e o vi cantarolando baixinho, os olhos focados na estrada, e um sorriso involuntário brotou nos meus lábios.
— Você canta muito mal — brinquei, cruzando os braços, fingindo seriedade.
Ele riu, aquela risada grave que eu tanto gostava.
— Tô aqui, fazendo uma serenata improvisada pra você, e ainda sou criticado.
— Agradeço o esforço — retruquei, segurando a vontade de rir.
Houve uma pausa confortável. Eu me recostei no ba