Rangel se sentou em uma das cadeiras com a naturalidade de quem não se importava com formalidades. Ele me observava enquanto eu tentava organizar os papéis na mesa, ainda tentando ignorar o tumulto que Augusto havia deixado em mim.
—Sabe... - começou Rangel, rompendo o silêncio com seu tom leve e zombeteiro. —Faz tempo que eu não vejo o Augusto tão frio assim com alguém. Normalmente, ele só faz isso com quem realmente importa pra ele.
Ergui os olhos para ele, franzindo a testa.
—Você é ridículo, Rangel. Por favor, are de colocar coisas na minha cabeça! - Pedi voltando a organizar os papéis sobre a minha mesa, me sentando em seguida.
De repente a voz dele continuou.
—Ou talvez ele só esteja tentando entender por que você ainda o afeta tanto. - respondeu ele, inclinando-se na cadeira e me olhando com aquele sorriso cheio de segundas intenções.
—Você está inventando coisas!
Rangel não se intimidou. Ele se levantou devagar e antes que eu pudesse perceber, estava ao meu lado. Suas m