Eu não conseguia respirar direito. As palavras dela ecoavam na minha mente como punhais. "Está se cansando de mim?", como se aquilo fosse sequer possível. Sophia era tudo. Era meu ar, meu chão, minha esperança, meu futuro. E eu a estava afastando, mesmo sem querer. Mesmo tentando protegê-la, eu estava fazendo tudo errado novamente.
Mas a verdade pesava em meus ombros, apertava meu coração. O acidente, o sangue, a carreira de Erick correndo risco, Sophia machucada e desacordada, todo o pânico no hospital. Tudo aquilo por minha culpa.
— Não — falei, com a voz rouca pelo bolo incômodo que tinha se formado em minha garganta. — Eu nunca me cansaria de você, Sophia. Nunca.
Ela me olhava como se estivesse se quebrando por dentro, como se eu a estivesse machucando e aquilo me despedaçava. Será que ela não via que eu estava tentando protegê-la?
— Então por que está me tratando assim? Por que parece que mal consegue me olhar? — Ouvir aquela pergunta com a voz chorosa dela quebrou meu coração.
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