Lúcia Mendes
Assim que a chamada terminou, fiquei alguns segundos imóvel, sentindo meu próprio coração martelar contra o peito. O barulho que ouvi no fundo… não parecia nada bom.
Me levantei devagar, na ponta dos pés, tentando identificar de onde tinha vindo. Antes de sair do quarto, abri a gaveta do criado-mudo e peguei a primeira coisa que pudesse servir como defesa, uma tesoura de ponta fina. Não era muito, mas era melhor do que descer de mãos vazias.
Segurei firme, com o coração acelerado, e caminhei até a porta. Cada passo parecia ecoar no silêncio da casa.
"Mãe?" Minha voz saiu baixa, mas carregada de apreensão.