Lúcia Mendes
O carro parou.
Mas nem eu, nem ele, nos movemos.
A tensão ainda pulsava entre nós. Nossos olhos não se desviavam um do outro. O motorista, sábio, não disse uma palavra. Sentiu. Pressentiu. Como se entendesse que qualquer ruído agora poderia acender um pavio.
Eu respirei fundo.
E sem dizer nada, abri a porta.
Arrastei comigo a bolsa e a sacola. Não olhei para trás. Não podia.
Porque se olhasse... cederia.
E se eu não me cuidasse, se não colocasse limites, iria acabar q