52. Não é importante
Nathaniel Meyer Donovan
As palavras dela me atravessaram como um raio.
"Sou sua. Só sua."
Trêmula, sim. Mas convicta o suficiente para destruir o pouco controle que eu ainda fingia ter.
Foi a última rachadura.
O fim da resistência.
E o começo de tudo o que eu queria.
Meu corpo inteiro vibrava com um desejo primal, cru, urgente, inegociável. Eu não sabia se devia, não sabia se a merecia. Mas Lúcia... eu a queria na minha vida. No meu futuro. No meu destino. E que se danasse o resto.
Beijei-a com fome. Com fúria. Com tudo.
A boca dela era minha perdição e minha salvação ao mesmo tempo. Cada suspiro, cada tremor, cada gemido sufocado entre nossas bocas me acendia ainda mais. Minhas mãos deslizaram pelo corpo dela, famintas por sentir sua pele, por arrancar cada camada que ainda a cobria.
Guiei-a até a mesa. Um empurrão gentil, porém firme, e seus quadris encontraram a borda. Levantei-a como se ela não pesasse nada, sentando-a ali. Seus dedos agarraram meus ombros, e aquele contato me inc