228. Esperança
David Jones
Moira passou a mão no cabelo dela, um gesto rápido, maternal. “Você já faz mais do que imagina, Liv. O simples fato de estar aqui já é muito.”
“É,” Enzo completou, mexendo distraído o café. “Ninguém sai inteiro dessas coisas, mas… estar junto é o que impede a gente de quebrar.”
Olivia olhou pra ele com uma ternura silenciosa. E foi nesse instante que algo pequeno, quase imperceptível, aconteceu.
A colher escorregou da mão boa de Enzo e bateu na mesa. Ele franziu o cenho, irritado, e foi instintivamente recolher com a outra mão, a que estava imobilizada. Só que, antes mesmo de pensar, os dedos da mão imobilizada se moveram.
Lentamente. Hesitantes. Mas se moveram.
“Espera,” Olivia falou, com a voz embargada. “Você… você viu isso?”
Ele congelou. Todos olharam para o braço dele, o silêncio ficando espesso demais para caber na cozinha.
“Mexe de novo,” Moira pediu, sussurrando, como quem tem medo de espantar o milagre.
Enzo respirou fundo, olhou para a própria mão e tentou. Os d