Lúcia Donovan

Nate ergueu o olhar, se aproximou e inclinou a cabeça de leve, aquele gesto que ele faz quando já decidiu o que vai dizer. “Só não mudaria aquele dia.”

Apertei os dedos no tecido da camisa dele, usei os braços dele como apoio. “Tem certeza?”

“Tenho.” A mão dele veio naturalmente à minha barriga, onde nosso pequeno teimava em lembrar que estava presente. “A única coisa boa da DRTech foi ter conhecido você. E olha onde a gente está. Valeu a pena. Logo eu vou ter mais um herdeiro com você, e a minha filha, finalmente, tem o que sempre precisou: a estabilidade de uma família e o amor de uma mãe. Eu não poderia pedir mais nada.”

Meus olhos arderam. “Eu não imaginei que aquela noite seria tão emocionante.”

Ele sorriu pequeno, os cantos da boca num convite lento. “E tão interessante, com momentos inesquecíveis.”

“Interessante?” provoquei, só para ouvir a risada.

“Bastante.” Ele deslizou um braço por trás dos meus joelhos e me ergueu com cuidado. “Podemos relembrar um pouquinho.